Rússia aguarda posse de Zelensky para conversações com Ucrânia
A Rússia está à espera da entrada em funções do novo presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, o que deverá ocorrer no fim maio ou início de junho, para poder preparar um encontro do chamado Quarteto da Normandia (França, Alemanha, Rússia e Ucrânia), informou o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Gregori Karasin.
Este grupo de países reuniu-se no passado a diferentes níveis, tanto de peritos como de ministros ou chefes de Estado, para debater o conflito em Donbass, na zona leste da Ucrânia.
O mais importante agora é saber se existe a possibilidade de alcançar resultados nas novas condições, com a eleição de Zelensky, afirmou o governante russo, falando em Tashkent, capital do Uzebequistão, e citado por meios de informação em Moscou.
“Nós consideramos que entre os princípios básicos do Quarteto da Normandia está o rigoroso cumprimento dos acordos de Minsk para pôr fim ao conflito em Donbass e estabelecer um diálogo direto entre Kiev e essa região”, disse Karasin.
Em Kiev, o Correio do Governo publicou já os resultados oficiais do segundo turno das eleições presidenciais de 21 de abril na Ucrânia: Zelensky obteve 73,22% dos votos e o presidente cessante, Piotro Poroshenko, conquistou 24,45%.
Ao comentar a situação em Donbass, o oligarca ucraniano Igor Kolomosky, a quem a imprensa ucraniana considera ter sido o patrocinador da campanha eleitoral do presidente eleito, afirmou que o conflito naquela região é uma guerra civil.
Nessa confrontação, o combate é entre ucranianos, apoiando a Rússia uma das partes, comentou Kolomolsky. Trata-se de um ponto de vista muito diferente da versão defendida até agora pelas autoridades de Kiev, para as quais em Donbass o exército ucraniano enfrenta as forças armadas russas, algo que Moscou sempre rejeitou.
Kolomolsky chamou a atenção para o fato de, desde o golpe de Estado de fevereiro de 2014, na Ucrânia, a população ucraniana ter diminuído 13 milhões de habitantes, aludindo às vítimas do conflito em Donbass e ao grande número de pessoas que emigrou para países vizinhos, incluindo a Rússia.
Fonte: Avante!