Partido Comunista (Suíça) supera desafio eleitoral em Ticino
O Partido Comunista (Suíça) enfrentou, com êxito, um difícil embate eleitoral em Ticino, em abril.
A República e Cantão de Ticino é uma região de língua italiana que faz parte da Confederação Suíça e desde 2015 o PC (S) tem um deputado no Parlamento local eleito graças a uma aliança de esquerda.
Nas eleições deste ano, realizadas no dia 7 de abril, tal aliança não se concretizou, apesar das propostas neste sentido do PC (S), revelando, segundo o Partido, falta de maturidade do campo progressista da região. “A arrogância da socialdemocracia, por um lado, e o oportunismo dos trotskistas, por outro, tinham como objetivo excluir os comunistas do parlamento!”, denunciaram os camaradas suíços.
“Enquanto o nosso partido foi ignorado pela mídia, todos os principais meios de comunicação deram um grande espaço ao partido trotskista (Movimento pelo Socialismo – MPS) que, sem qualquer proposta séria, se limitou a atacar instituições e descreveu todos os políticos como corruptos e ladrões no pior estilo populista”.
O PC (S) não se rendeu a este discurso fácil: “a desconfiança nas instituições somada à ausência de sindicatos de classe e de um forte partido revolucionário só pode promover o clima anti político em benefício da extrema-direita e, portanto, nos recusamos a esta pregação oportunista”.
O partido então lançou uma chapa “solo” com 38 nomes, média de idade de 28 anos e com propostas concretas que nenhuma outra força abordava: nacionalização dos serviços postais; educação obrigatória até a formatura; soberania alimentar e energética; taxação dos milionários; etc.
Diante da fragmentação da esquerda e do impulso midiático dos trotskistas, que não por acaso durante a campanha colocaram como um dos seus alvos a revolução bolivariana na Venezuela, todos os analistas políticos previam uma acachapante derrota do PC (S).
No entanto, os comunistas suíços conseguiram dobrar os assentos no parlamento de Ticino, em total independência de outras organizações, “usando apenas nossas forças”, conforme registram em comunicado.
Além de reeleger o secretário-geral do Partido, Massimiliano Ay, foi eleita Lea Ferrari, engenheira agrônoma de 28 anos integrante do Comitê Central do PC (S).
O Partido cresceu em todas as regiões do Cantão e depois da vitória, o Comitê Central se reuniu para relançar a atividade do Partido fora da atividade eleitoral e “fortalecer a estrutura organizacional, melhorando consideravelmente a sua territorialidade (inclusive nos subúrbios e entidades locais), dando a devida importância ao trabalho institucional, bem como a formulação teórica quanto ao conceito de oposição pró ativa que caracteriza nosso papel parlamentar”.
Os trotskistas do MPS elegeram três parlamentares.