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Gigantescas manifestações exigem poder civil no Sudão

Forças militares e milícias reprimiram violentamente as gigantescas manifestações populares no Sudão, no domingo, 30 de junho, 30º aniversário do golpe de Estado de 1989 que levou ao poder Omar al-Bashir, o ditador derrubado em abril.

As manifestações, que inundaram as ruas de Cartum e de outras cidades e também as zonas rurais do país, foram convocadas pela Aliança das Forças de Liberdade Mudança e por duas das organizações que a integram, a Associação dos Profissionais Sudaneses (SPA) e o Partido Comunista Sudanês (PCS).

Num claro desafio ao Conselho Militar de Transição (CMT), dos militares golpistas no poder, os manifestantes exigiram um governo civil, gritando slogans como “Abaixo o CMT”, “Entreguem o poder à Aliança” e “Todo o poder ao povo”.

Um comunicado do Secretariado do Comitê Central do PCS, datado do próprio dia 30, refere-se às manifestações como “um grande dia para o Sudão”, sublinhando que o país nunca testemunhou uma revolta de massas como essa. Sem precedentes foram não só “o milhão de pessoas que encheram as ruas mas também a organização, a disciplina e a natureza pacífica dos manifestantes, que assim marcam a história revolucionária do nosso país”.

Os comunistas sudaneses denunciam a repressão ordenada pelo CMT sobre manifestantes. Numa “tentativa desesperada” para travar os protestos, as forças de segurança e milícias dispararam contra a multidão, causando mortos e feridos. Os militares prenderam dirigentes da SPA e do PCS, entre os quais Masoud Alhassan, membro do Bureau Político do PCS.

O PCS apelou ao movimento comunista internacional no sentido de reforçar a solidariedade com a luta do povo sudanês, “que entrou numa fase decisiva para conquistar os direitos do povo e restaurar o poder civil”.

Fonte: Avante!

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