EUA: Republicanos divididos após confirmação de Biden
Especialistas estadunidenses acreditam que os líderes republicanos no Congresso enfrentam sérias divisões, depois que o Colégio Eleitoral confirmou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 3 de novembro.
O órgão de 538 membros se pronunciou oficialmente nesta segunda-feira (14) e concedeu a Biden mais do que 270 votos necessários para vencer e se tornar o 46º chefe de estado da nação do norte, cargo que ocupará a partir de 20 de janeiro.
A previsão é que no dia 6 de janeiro o plenário do Congresso valide a decisão dos delegados do Colégio Eleitoral, em ato que deixará pouco espaço de manobra para os que se opõem à posse do político democrata.
No entanto, a confirmação de Biden está semeando profundas divisões nas fileiras republicanas, em uma luta que coloca alguns conservadores contra outros, destaca um comentário publicado no jornal The Hill pelos especialistas eleitorais Mike Lillis e Scott Wong nesta terça-feira (15).
Esta situação constitui, ao mesmo tempo, uma grande dor de cabeça para os dirigentes republicanos, que se encontram entre a adesão ao veredicto eleitoral e a lealdade a um presidente que se recusa a aceitar a derrota, aponta o texto.
É possível que essas forças entrem em chogue em 6 de janeiro, quando o deputado republicano Mo Brooks (Alabama), um ativista do Freedom Caucus (1), planeja lançar um esforço final, com poucas chances de sucesso, para forçar votos em ambas as casas e bloquear a ida de Biden à Casa Branca.
Até agora, a tática de Brooks não é apoiada por figuras republicanas de alto nível, e há sinais de que, nesse cenário, ele poderia enfrentar a oposição do líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, da Califórnia.
“Levar disputas eleitorais ao Congresso é o método errado, embora o presidente esteja certo em ir ao tribunal, veremos o que acontece”, disse McCarthy ao canal Fox Business Network.
Por outro lado, vários senadores republicanos disseram nesta segunda-feira (14), após a decisão do Colégio Eleitoral, que já consideram Biden como presidente eleito, e nesse grupo se destaca John Thune (de Dakota do Sul), o legislador mais graduado que até agora reconheceu o triunfo do político democrata.
Seu colega na Câmara Alta, Roy Blunt, o número quatro em importância política do Partido Republicano naquele corpo legislativo, se expressou de maneira semelhante, destacando: “Passamos pelo processo constitucional e os eleitores votaram, então há um presidente eleito”.
Blunt, que chefia o comitê responsável pelo planejamento da cerimônia de posse do novo governante em 20 de janeiro, acrescentou em uma declaração separada que “trabalhará com o presidente eleito Biden e seu comitê inaugural para planejar a cerimônia de posse“.
Neste sentido, Nicolás Fandos, colunista do The New York Times, disse em um artigo publicano nesta terça-feira (15) que o apoio à tentativa de Trump de reverter sua derrota começou a ruir no Senado na segunda-feira depois que o Colégio Eleitoral certificou a vitória de Biden. e muitos republicanos disseram que era hora de reconhecer os resultados do processo.
Até mesmo o senador Lindsey Graham, o republicano da Carolina do Sul que inicialmente respaldou as alegações de fraude de Trump em estados importantes, disse que agora só vê “um caminho muito, muito estreito para o presidente” e já falou com Biden e alguns dod possíveis membros de seu gabinete.
Enquanto isso, os comentaristas Elise Viebeck, Dan Simmons, Amy Worden e Omar Sofradzija notaram em um artigo conjunto também publicado nesta terça-feira no The Washington Post que o Colégio Eleitoral confirmou Biden como o próximo chefe da Casa Branca, apesar de partidários ferrenhos de Trump redobrarem seus esforços para interromper a transferência normal de poder.
Especialistas dizem que há sinais de que alguns dos mais fervorosos apoiadores do atual governante não abandonarão sua causa e seguirão o processo até a última oportunidade.
Nota
1 – Freedom Caucus – Corrente de extrema-direita do Partido Republicano
Fonte: Prensa Latina / Tradução da Redação do i21