Luta dos povos

Celebrando o legado de Fidel, defendemos a paz e a liberdade dos povos

Homenagem a Fidel Castro feita pelo Pravda, em 1963

Neste dia de celebração da vida do Comandante Fidel Castro e do legado que a Revolução continua oferecendo a toda a humanidade, os amantes da paz, da solidariedade entre os povos e da amizade entre as nações mais uma vez felicitam o povo cubano e homenageiam a história de um líder revolucionário verdadeiramente comprometido com a emancipação dos seus irmãos e irmãs cubanas e com a amizade entre os povos.

Por Socorro Gomes*

Desde 1959 a Revolução Cubana, com a cara do seu povo como protagonista e a de Fidel, inspira movimentos dedicados a tornar realidade os ideais mais altaneiros da humanidade, a erradicação da miséria, da desigualdade, da exploração e da guerra.

Nestes tempos de pandemia, em que as mazelas de um sistema iníquo assente no poder da força se demonstram mais agudas, as sábias reflexões de Fidel sobre as prioridades da vida ressoam pelas várias homenagens prestadas, não como palavras de um teórico mas como promessas a cumprir e também já cumpridas. Dizia Fidel aos jovens médicos que seu país formou aos milhares: La medicina es una ciencia que se revoluciona incesantemente, de las que más requiere tal vez estar al tanto de todo lo que ocurre, de las que más requiere la capacidad de análisis y de observación del hombre, de la que menos puede soportar la rutina.

Entre os tantos resultados dessa visão estão as passadas largas que Cuba dá no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 mesmo nas condições mais adversas, impostas pelo criminoso bloqueio estadunidense de mais de seis décadas, em que até seringas e componentes importantes para a fabricação e administração de vacinas são impedidas de chegar à ilha a não ser pelo furo ao bloqueio por governos e entidades solidárias e igualmente comprometidas com a vida.

Para seguir com o exemplo, além das brigadas internacionalistas já levando assistência médica a diversos povos entre os mais necessitados, Fidel criaria em 2005 as Brigadas Henry Reeve que tanto apoio merecem de diversas partes do planeta na justa indicação ao Prêmio Nobel da Paz, reconhecendo o valor a bravura dos e das médicas e enfermeiros cubanos levando assistência fundamental para a sobrevivência de povos de diferentes latitudes, enfrentando catástrofes naturais ou desastres químicos e radioativos, epidemias e outros desafios.

Nesta pandemia, as brigadas do Contingente Internacional de Médicos Especializados en Situaciones de Desastres y Graves Epidemias estiveram prestando assistência em quase 30 países tão diversos quanto Itália, Azerbaijão, Kuwait, África do Sul, Honduras, México, Panamá, Catar e Suriname. Enquanto os países mais ricos correram para acumular vacinas para os seus próprios cidadãos, contribuindo enormemente para dificultar o acesso a bens tão urgentes, os cubanos mais uma vez tornaram realidade as palavras de Fidel, ditas quando da criação do Contingente: Nosotros demostramos que el ser humano puede y debe ser mejor (…) demostramos el valor de la conciencia y de la ética. Nosotros ofrecemos vidas.

Fidel sempre inspirou os mais firmes compromissos da Revolução, cumprindo os anseios do seu povo, colocando a educação em primeiríssimo lugar para formar uma nação não só livre da mazela do analfabetismo mas também oferecendo este bem precioso a jovens de todo o mundo, que há décadas têm podido estudar em Cuba ou têm recebido em suas comunidades professores cubanos, seja em países em desenvolvimento, em campos de refugiados ou sob outras condições em que o acesso à educação, especialmente à de tradição emancipatória, seria quase impossível.

Em uma cerimônia de graduação do Instituto Superior de Ciências Médicas em Havana, em 1999, Fidel diria: Soñamos con un mundo mejor, un mundo más justo, un mundo realmente más humano por el cual todos tenemos el deber de luchar. El futuro de ustedes y de los hijos de ustedes será el futuro que esta humanidad sea capaz de construir. Esta humanidad amenazada por un enorme numero de peligros en todas partes, que no le dan derecho tampoco a nadie a perder la fe en el hombre, a perder la fe en un destino mejor para ella.

Sempre apegado à bravura dos revolucionários que não se renderam às investidas da ditadura de Fulgencio Batista quando se puseram a lutar pela liberdade do seu povo, Fidel também continuou inspirando a resistência da sua própria nação aos infindáveis intentos do império de derrotar a Revolução com atentados à sua própria vida e operações de desestabilização das mais diversas, desde a invasão da Baía dos Porcos até às chamadas guerras híbridas envolvendo a difamação constante, o cerco midiático e o custoso bloqueio econômico. Também inspirou ou participou ativamente nos mais nobres avanços de todos os povos em luta por libertação nacional do colonialismo, do neocolonialismo e do imperialismo, reforçando a fraternidade entre povos até então oprimidos que rompiam os grilhões para construir um novo mundo de cooperação e igualdade, em aliança tricontinental entre latino-americanos, asiáticos e africanos e solidariedade mundial contra a dominação, pelo multilateralismo e a autodeterminação como pilares das relações entre nações independentes, mas irmanadas.

Em seus últimos anos, Fidel continuou nos brindando com reflexões as mais urgentes e mais certeiras. Dizia em 2016, por ocasião do seu aniversário e a proximidade com a data de rememoração de um dos maiores horrores da história da humanidade, os bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos, “que hay que martillar sobre la necesidad de preservar la paz, y que ninguna potencia se tome el derecho de matar a millones de seres humanos.” Concluía então que “La especie humana se enfrenta hoy al mayor riesgo de su historia. Los especialistas en estos temas son los que más pueden hacer por los habitantes de este planeta, cuyo número se elevó, de mil millones a fines de 1800, a siete mil millones a principio de 2016. ¿Cuántos tendrá nuestro planeta dentro de unos años más? (…) Los medios técnicos modernos han permitido escrutar el universo. Grandes potencias como China y Rusia no pueden ser sometidas a las amenazas de imponerles el empleo de las armas nucleares. Son pueblos de gran valor e inteligencia.”

Por constituir esta frente rebelde e contra-hegemônica diante das mais brutais ofensivas do império, que não se detém diante do horror de impor a guerra e a miséria aos povos que não se rendem aos seus desmandos, Fidel e o povo cubano contaram e contam com a admiração e o respeito de todos os amantes da paz e da liberdade. O bloqueio vil e criminoso que os EUA impõem há 60 anos e com o qual grande parte das potências se acumplicia, cumprindo as ordens do império no garrote, custou e custa caríssimo ao povo cubano, mas não dobrou essa nação insubmissa que, mesmo enfrentando gravíssimas condições em períodos mais duros, continuou levando solidariedade a outros povos do mundo, numa clara lição à humanidade da diferença de princípios e visões de mundo de um sistema para outro. Não à tôa, este ano já contamos 29 vezes em que a Assembleia Geral das Nações Unidas repudiaram em massa o bloqueio estadunidense a Cuba, claramente só mantido à força e nunca por legitimidade, porque nunca poderia ser legítimo ou justo, de fato, derrubar com tão duros golpes contra a soberania da pátria de José Martí a Cuba humanista, a pátria da dignidade e da paz.

Estes são os exemplos de Fidel, que nestes 95 anos do seu nascimento o fazem tão presente. Estes são alguns dos grandes feitos da Revolução e a maior oferta do povo cubano a todo o mundo. Viva Fidel e viva Cuba!

* Presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) e integrante do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

 

Leia também: