Eleição no Chile: Defender os avanços democráticos e frear o obscurantismo
Todas as atenções estarão voltadas, no domingo (19), para o segundo turno da eleição chilena, onde concorrem dois candidatos de campos antagônicos: Gabriel Boric, que representa a esquerda e o campo democrático e progressista, e José Antonio Kast, personagem da extrema-direita, saudosista da ditadura de Pinochet. Reproduzimos abaixo o editorial do jornal El Siglo, do Partido Comunista do Chile (PCC), publicado nesta sexta-feira (17).
“É um momento em que, em primeiro lugar, é necessário exercer o direito de voto. E também assumir atribuições nas 46 mil mesas de votação. O voto terá de ser defendido e garantido um processo limpo. É hora de defender os avanços democráticos e sociais e frear o retrocesso e o obscurantismo”.
Neste domingo é imprescindível que todos aqueles que aspiram à consagração de direitos e à defesa e melhoria da qualidade da democracia em nosso país, participem para votar sem hesitação.
O triunfo de Gabriel Boric, candidato da coligação “Apruebo Dignidad” com múltiplos e diversos apoios de forças sociais e políticas e representantes da sociedade civil, garante o progresso em direção aos direitos sociais, equidade econômica, culminação do processo constituinte com uma nova Constituição, transformações estruturais que deixem para trás um modelo de desigualdades e abusos, fortalecimento do sistema democrático, respeito irrestrito aos direitos humanos e melhorias nos salários, pensões e no acesso à saúde, educação e moradia.
Tudo isso e muito mais, como a consagração dos direitos das mulheres e dos jovens, não é menor. Significa uma vida melhor para a maioria das famílias chilenas e igualmente avançar no progresso real do país com estabilidade e responsabilidade.
Mas, ao mesmo tempo, ir votar neste domingo, e fazê-lo pelo candidato que representa o progressismo e as transformações, é travar o avanço das posições regressivas, reacionárias, autoritárias e fascistas que, surpreendentemente ou não, querem se impor nesta eleição.
Impedir a vitória da candidatura de extrema direita, apoiada pela direita tradicional e setores conservadores que inclusive abandonaram o campo democrático e progressista, é defender a democracia e os direitos conquistados na fase pós-ditadura. Essa é uma meta inalienável para cidadãos honestos, democráticos, progressistas e conscienciosos.
Num período aberto com a revolta social e cidadã de 2019 e consolidado com o plebiscito de 2020 dando luz verde à nova Constituição, chega agora outro momento decisivo com a possibilidade de triunfo das forças e posições progressistas, democratizantes e transformadoras para continuar avançando em direção a melhores condições para a maioria.
É um momento em que, em primeiro lugar, é necessário exercer o direito de voto. E também assumir atribuições nas 46 mil mesas de votação. O voto terá de ser defendido e garantido um processo limpo. É hora de defender os avanços democráticos e sociais e frear o retrocesso e o obscurantismo.
Que ninguém fique em casa e que ninguém caia na passividade. Todos nós devemos estar na linha de frente neste domingo para celebrar mais um triunfo que nos permitirá continuar avançando.
Fonte: El Siglo