Apesar da pressão dos EUA, a Síria tem ferramentas para salvar a economia
“EUA e milícias curdas aliadas controlam 90% dos poços de petróleo mais conhecidos do país”
A economia nacional da Síria foi duramente atingida durante anos pela guerra, as sanções dos EUA e agora a pandemia, mas apesar de tudo isso, o economista Ibrahim Alloush acredita que a Síria pode ser próspera se tomar medidas estratégicas importantes para sua economia.
O governo sírio continua a fazer esforços titânicos para reavivar sua economia. Na verdade, eles têm tomado algumas medidas que beneficiam as pessoas de baixa renda porque há um aumento nos preços e a libra síria está sofrendo uma desvalorização.
A guerra causou escassez de energia e alimentos, o povo também foi despojado de seu petróleo e gás pelos EUA e pelas milícias curdas aliadas que controlam 90% dos poços de petróleo mais conhecidos do país. Os olivais com os quais o povo podia produzir azeite para gerar algum movimento econômico também não foram salvos, pois os terroristas os incendiaram.
“Recentemente, milhões de oliveiras foram queimadas pouco antes da colheita no litoral e em outras partes do país, especificamente em regiões controladas pelo Estado sírio, especialmente onde o azeite de oliva é uma importante fonte de sustento para os habitantes”, explicou o economista Ibrahim Alloush.
Como se isso não bastasse, a Síria está submersa nas sanções dos Estados Unidos desde 1978 e os EUA e seus aliados tentaram despedaçar a economia do país árabe. O economista lembra que entre 2011 e 2020 foi eliminado o abundante fluxo de caixa que o turismo costumava contribuir para a economia a cada ano, com saques e incêndios de fábricas, que afetaram também os investimentos estrangeiros.
“A receita do governo diminuiu com um ciclo de negócios cada vez menor e as obrigações do governo (devido à guerra e seus efeitos sociais) aumentaram. Assim, a relação entre a quantidade de dinheiro que circula na economia e a quantidade de bens e serviços aumentou. Isso significa necessariamente inflação, ou seja, um aumento geral e contínuo do nível de preços e, com isso, a libra síria começou a cair”, explicou.
Parece que a situação econômica é desesperadora, mas de acordo com Alloush isso tem um remédio e a primeira coisa que o país deve fazer é parar a depreciação da libra síria e a inflação aumentando a quantidade de bens e serviços produzidos na economia.
“Todas as medidas possíveis que possam ser tomadas para reativar a indústria, a agricultura, o turismo interno e o comércio interno devem ser consideradas uma questão de prioridade estratégica”, enfatiza.
Ele acrescentou que as sanções podem se tornar uma oportunidade para Damasco gerar autossuficiência em certas áreas da economia nacional porque o país tem recursos suficientes para cobrir as necessidades básicas.
“Incentivar as pequenas empresas com isenções e empréstimos patrocinados pelo governo pode gerar uma cultura de negócios historicamente bem estabelecida na Síria”, enfatizou.
Além disso, o economista sugere o desenvolvimento de planos para integrar diferentes setores da economia para que a agricultura produza insumos para a indústria, por exemplo, algodão para a indústria têxtil, ou que a indústria de transformação produza insumos para a agricultura, por exemplo, fosfatos para fertilizantes.
“Isso deve se tornar uma prática diária se a Síria quiser sobreviver e prosperar sob o cerco”, enfatizou.
Por fim, os investimentos e a ajuda financeira de seus aliados, como Rússia e Irã, também são um fator chave para a revitalização da economia síria, recomendou o economista.
Fonte: Sana – Agência Síria de Notícias – Tradução da Redação do i21