Luta dos povos

França: Mobilizações crescem e levam milhões às ruas

Segundo o jornal L’Humanité, reproduzindo o balanço da Intersindical, 3,5 milhões de franceses protestaram por todo o país nesta quinta-feira (23) contra o governo Macron e sua proposta de reforma previdenciária, que aumenta a idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos.

De acordo com o L’Humanité, tradicional jornal ligado ao Partido Comunista Francês (PCF), uma entrevista de Macron para as principais emissoras de rádio e TV, no dia anterior, deu um grande impulso às mobilizações contra a reforma. Macron, na citada entrevista, defendeu o projeto – que foi sancionado sem passar por votação na Assembleia Nacional – e em tom de desafio disse que ele será implementado até o fim do ano, descartando qualquer possibilidade de submeter a proposta a um referendo, como defendem os trabalhadores.

Confirmando a avaliação do L’Humanité,Le Monde reproduziu a opinião de Philippe Martinez, líder da central sindical CGT, para quem os comentários de Macron mostraram “desdém pelas milhares de pessoas que protestaram“. Laurent Berger, líder do sindicato CFDT, descreveu a entrevista do presidente como um rosário de “negação e mentiras”. Ainda segundo o Le Monde, o líder de centro-esquerda Jean-Luc Mélenchon criticou a “arrogância” de Macron, enquanto Olivier Faure, do Partido Socialista, disse que ele estava colocando “mais lenha em um fogo já bem aceso“.

As previsões se confirmaram e, seja pelos números apresentados pela Intersindical, de 3,5 milhões de pessoas, ou pelo que diz o Ministério do Interior (1 milhão) o fato é que cresceu a mobilização, mesmo diante de forte repressão que atinge até jornalistas. Já está confirmada pela Intersindical um novo protesto nacional e geral no dia 28, na próxima terça-feira e a maior parte das avaliações indica que os atos por toda a França serão ainda maiores.

 

Leia também: