Luta dos povos

Jamil Murad: A causa da Palestina é a causa de toda a humanidade

Representando o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na abertura do 11º Congresso da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), nesta sexta-feira (20), em São Paulo, Jamil Murad, membro do Comitê Central, ex-deputado federal e estadual, fez um importante pronunciamento sobre a importância de reforçar a causa palestina. Para o veterano amigo do povo palestino, “todo homem e mulher, independentemente de sua opção ideológica, se for uma pessoa justa e honesta, será defensor ou defensora da causa palestina”. Leia, abaixo, a íntegra.

Estimados companheiros e companheiras da Fepal.

Agradeço, em nome do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) o honroso convite para participar do 11º Congresso da Federação Árabe Palestina do Brasil.

Trago aqui a saudação solidária da Presidenta do PCdoB, Luciana Santos, Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, e da Secretária de Relações Internacionais, Ana Prestes.

Este Congresso da Fepal é histórico. Deste salão, nossos olhares, indignados e marejados pela indignação rebelde, voltam-se para o corajoso povo Palestino, martirizado por uma ideologia supremacista e racista, chamada sionismo.

O que está acontecendo em terras palestinas desde 7 outubro de 2023 é um crime hediondo contra o povo palestino e contra a humanidade.

Uma limpeza étnica em pleno século XXI. Uma limpeza étnica que, aliás, já está em curso há muitas décadas, com autores conhecidos: o Estado de Israel e os Estados Unidos da América, seu patrocinador e incentivador.

Além do massacre físico, os Palestinos sofrem um forte cerco midiático, que esconde e distorce o que de fato acontece.

Quantas vezes o presidente da Fepal foi chamado na mídia hegemônica para denunciar os crimes?

Agora, para justificar os assassinatos em massa, os representantes do sionismo têm livre acesso aos principais canais e tvs do Brasil e do Mundo.

Assim, o Estado de Israel, cujo terrorismo se desnuda cada vez mais em ações bárbaras, como vimos nos últimos dias, é apresentado como “democrático e tolerante”, não só nos sites, jornais e tvs, mas em toda a produção cultural. A verdade é justamente o inverso.

Israel é governado por uma coalizão de neofascistas, liderado por Benjamim Netanyahu, um personagem corrupto e criminoso, que busca levar todo o Oriente Médio a uma guerra sangrenta.

Mesmo os israelenses antissionistas sofrem brutal repressão e a pretensa democracia israelense se desmascara como um regime racista e terrorista.

Aproveito também para externar nossa solidariedade ao Líbano, à Síria e ao Irã, constantes alvos da mão assassina de Israel.

Por outro lado, se existe um povo amante da paz é o povo palestino. Povo este que, há três décadas, em nome desta paz tão sonhada, fez concessões importantes, nos chamados Acordos de Oslo, que garantiam negociações pacíficas como caminho para o estabelecimento de um Estado Palestino independente, com fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Israel nunca cumpriu os acordos e nunca teve a intenção de cumprir e o pouco que restava do território palestino foi sendo ocupado por assentamentos ilegais promovidos pelo Estado israelense, diante da inércia mundial.

Tal inércia continuou diante dos cotidianos ataques e humilhações que a população palestina sofre em seu dia a dia, incluindo uma rotina de bombardeios e incursões militares, tudo isso muito antes de outubro de 2023.

Companheiros e companheiras,

A única maneira de alcançar a paz no Oriente Média é a constituição de um Estado Palestino independente e soberano.

Nesta terça-feira, dia 17 de setembro, vivemos um momento histórico. Pela primeira vez o Estado da Palestina pôde apresentar uma proposta de resolução na Assembleia Geral da ONU exigindo a retirada de Israel dos territórios ocupados, conquistando uma grande vitória, com a aprovação da resolução por ampla margem, com 124 países a favor, apenas 14 contrários e 43 abstenções.

Bem sabemos que, mais uma vez, Israel provavelmente não cumprirá a resolução, como não cumpre nada do que a lei internacional lhe obriga.

Porém, isso revela que cada vez mais desmoralizam-se os sionistas e seus patrocinadores.

Devemos valorizar cada passo dado pois toda vitória palestina, por menor que pareça, é sempre conquistada em uma luta feroz contra um formidável poder econômico, político, midiático, diplomático e militar, que sustenta o sionismo.

No entanto, apesar de tal poder, os sionistas podem ser e serão derrotados.

Em primeiro lugar pela luta heroica do povo palestino, mas também pela mobilização da consciência humana mundial.

Pois a causa Palestina não é uma causa específica de um espectro ideológico determinado, a causa Palestina é uma causa que envolve um direito humano básico: o direito de um povo a sua terra ancestral, e por isso todo homem e mulher, independentemente de sua opção ideológica, se for uma pessoa justa e honesta, será defensor ou defensora da causa palestina.

Nosso dever imediato é não cair na rotina e não aceitar a normalização do genocídio. Temos que construir no Brasil grandes mobilizações em favor da Palestina e a Fepal será o eixo sobre o qual isso será construído.

O Partido Comunista do Brasil, tradicional amigo do povo Palestino, não se curva e jamais se curvará a qualquer pressão contrária, e seguiremos de forma incondicional bradando:

Abaixo o sionismo!

Palestina livre!

Muito obrigado.

 

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