Saara Ocidental: Combates seguem e países condenam ocupação marroquina
A Frente Polisario, que dirige a República Arábe Saarauí Democrática (RASD) e a luta pela libertação nacional do povo saarauí, tomou a decisão oficial de voltar à luta armada em janeiro de 2023, depois de mais de 30 anos convivendo com constantes violações do exército marroquino ocupante e com o infinito adiamento da consulta popular para a independência, que foi a base do acordo de cessar-fogo em 1991. As unidades do Exército Popular de Libertação Saarauí (ELPS) atacaram nesta terça-feira (7) várias posições das forças de ocupação marroquinas entrincheiradas no setor de Mahbes, causando perdas humanas e materiais nas suas fileiras, de acordo com informações da agência de notícias da RASD.
Segundo o Relatório de Guerra nº 743 divulgado pelo Ministério da Defesa Nacional Saarauí, destacamentos avançados do SPLA atacaram uma série de alvos inimigos na região de Rus Asabti, no referido setor.
Anteriormente, as unidades do exército saarauí tinham concentrado os seus ataques contra as posições das forças invasoras de Marrocos localizadas nas regiões de Amagli Lafteig, Amagli Adachra, Lagteitra, Rus Dirit, Guerat Uld Blal e Sabjat Tanuchad, nos setores de Hauza e Mahbes, respectivamente.
Da mesma forma, os ataques do Exército Popular de Libertação Saarauí continuam a assediar diariamente as posições e trincheiras das forças de ocupação marroquinas, deixando consideráveis perdas humanas e materiais nas suas fileiras, ao longo do Muro da Vergonha.
Argélia e África do Sul condenam ocupação
A Argélia e a África do Sul expressaram sua “condenação à contínua ocupação marroquina de partes do território do Saara Ocidental”, em suas respectivas intervenções durante a 52ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Neste contexto, o Representante Permanente da Argélia no Conselho de Direitos Humanos em Genebra, Sr. Lazhar Swalim, expressou “a preocupação do seu país com o impasse no processo político, bem como com o recomeço da guerra no Saara Ocidental entre o Reino de Marrocos e a Frente Polisario”.
O representante argelino “congratulou-se com a declaração tornada pública hoje pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos, enfatizando a necessidade da força de ocupação respeitar os direitos humanos e convidando o Gabinete do Alto Comissariado a retomar o envio das suas missões para o território do Saara Ocidental”.
Por sua vez, o Representante Permanente da África do Sul no Conselho de Direitos Humanos em Genebra, Sr. Mxolisi Nkosi, expressou “a forte condenação da África do Sul pela continuação da ocupação ilegal de partes do território do Saara Ocidental por parte de Marrocos, solicitando também ao Alto Comissariado para o Desenvolvimento Humano Direitos de tomar medidas práticas para organizar visitas ao território do Saara Ocidental”.
Fonte: SPS – RASD