Terrorismo econômico dos EUA contra a Síria é repetidamente condenado
Na capital, Damasco, milhares de pessoas vieram para as ruas, na quinta-feira passada (11), denunciar as medidas econômicas coercivas e unilaterais impostas pelos EUA à Síria.
Mostrando bandeiras nacionais e cartazes com imagens do presidente do país árabe, Bashar al-Assad, os manifestantes entoaram palavras de ordem contra os Estados Unidos da América e a sua política de terrorismo econômico, cujas consequências são visíveis no país árabe.
Em função da deterioração da situação econômica, dos baixos salários, das “dificuldades”, algumas pessoas têm protestado também contra a falta de ação imediata do governo.
Esta parece ser a aposta de Washington e da União Europeia: derrotados no terreno os seus mercenários, tentam sufocar economicamente o país árabe e levar o povo à miséria – alegando que as sanções visam o governo e as empresas que com ele colaboram.
Nas manifestações dos últimos dias em Damasco, em Sweida e Daraa (junto à fronteira com a Jordânia), e em Latakia (na costa mediterrânica), vincou-se a necessidade de unidade nacional, de apoio ao governo e ao Exército no contexto da chamada “Lei César”, legislação norte-americana que entra em vigor no dia 17 de junho para, alegadamente, ‘proteger o povo sírio”, mas que tem sido denunciada por Damasco, países aliados e diversos organismos como o endurecimento da política de sanções.
A partir de agora, o Departamento do Tesouro norte-americano poderá sancionar qualquer empresa ou instituição que tenha relações comerciais com o Estado sírio, sejam ou não norte-americanas.
Yaroub Kheirbeik, um jornalista que participou na manifestação de Damasco, disse à PressTV que a medida “vai afetar a saúde financeira dos cidadãos” e que visa “castigar o povo em concreto”, num país desgastado por nove anos de guerra de agressão.
“Lei César é um crime contra a humanidade”
Na Jordânia, vários deputados, figuras políticas e do mundo da cultura subscreveram um comunicado em que condenam o “terrorismo econômico “exercido pelos EUA contra a Síria”, denunciam a chamada “Lei César” e a caracterizam como “um dos tipos mais perigosos de crime contra a humanidade”.
A medida evidencia a “harmonia” existente “entre os Estados Unidos e o inimigo sionista, que é o primeiro inimigo de toda a humanidade”, refere o texto, indicando que os EUA recorrem a esta lei “depois de terem sido incapazes de alcançar os seus objetivos em anos de guerra na Síria”, revela a agência SANA.
O comunicado, em que se apela à solidariedade com o povo sírio, destaca que as repercussões da medida irão sentir-se também na Jordânia e em todo o Oriente, pelo que insta à criação de um conselho de cooperação econômico oriental para fazer frente às crises econômicas. Os subscritores mostram total confiança na vitória da Síria sobre a “criminosa política norte-americana”.
Num artigo publicado nesta segunda-feira (15) na RT, o jornalista Alberto Rodríguez García afirma que a guerra econômica não funcionou contra o Iraque, Cuba, Rússia, China, Irã, Venezuela. “Não funcionou em lado nenhum. E na Síria não funcionará. A guerra econômica apenas provocará má nutrição, doenças, mortalidade infantil e o sofrimento desnecessário nos civis. Porque a guerra econômica é o mais desumano dos castigos coletivos”, diz.
Fonte: AbrilAbril