Boletim i21 / 11 a 20 de julho-2021 – Análises e informações sobre a conjuntura internacional
INTERNACIONALISMO
Especial 100 anos de Fundação do Partido Comunista da China (link)
Especial comemorativo do Centenário do PC da China.
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A cada dez dias, análises e notícias da conjuntura internacional pela ótica dos comunistas e forças progressistas.
PCdoB solidário à Cuba (link)
O povo cubano vem enfrentando uma nova onda reacionária golpista. Justo após duas vitórias importantes, uma em relação à eficácia de suas vacinas contra o coronavírus, que certamente salvarão milhões de vidas, e outra no âmbito da ONU, com EUA e Israel mais uma vez isolados como os únicos países apoiadores do bloqueio econômico criminoso. Pronunciamento da Secretaria de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Luciana Santos reafirma solidariedade a Cuba e defende fim do embargo (link)
A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, se manifestou, por meio de suas redes sociais no dia 13/7, sobre os protestos que acontecem em Cuba, reafirmando solidariedade ao país diante da manutenção do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
Walter Sorrentino: A solidariedade a Cuba é parte da luta dos brasileiros (link)
Walter Sorrentino, analisa os últimos acontecimentos em Cuba e destaca a necessidade de reforçar a solidariedade à heroica ilha. Para o dirigente comunista, “A mãe de todas as dificuldades enfrentadas por Cuba é o Bloqueio”.
Nota do Conselho Mundial da Paz sobre os recentes protestos em Cuba (link)
O Conselho Mundial da Paz (CMP) expressa sua séria preocupação com o recente, bem orquestrado e financiado plano imperialista para criar o caos e a desordem em Cuba, usando como pretexto as graves crises de abastecimento de bens importados e outros produtos de primeira necessidade, assim como os cortes de energia elétrica, que têm em grande medida raízes no bloqueio criminoso de quase sessenta (60) anos imposto pelos EUA a Cuba.
GEOPOLÍTICA
“Missão deles falhou”: Lavrov comenta saída dos EUA do Afeganistão (link)
Situação atual no Afeganistão está piorando cada vez mais, disse, no dia 16/7, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. O diplomata relacionou a situação com a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão. Em 8 de julho, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que os EUA vão terminar a retirada das tropas do Afeganistão até 31 de agosto. “Todos entendem que a missão (dos EUA) falhou. Isto é admitido abertamente, inclusive nos próprios Estados Unidos”, disse Lavrov aos jornalistas.
Biden, longe de Cuba, perto da Flórida (link)
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está mais ligado à Flórida do que ao seu compromisso, assumido durante a disputa eleitoral, de mudar a política em relação a Cuba, revelando uma retórica ligada às campanhas contra a ilha. Artigo de Deisy Francis Mexidor.
Cuba prova envolvimento dos EUA em ações de desestabilização (link)
O membro do Bureau Político do Partido Comunista de Cuba e ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, acusou o Governo dos Estados Unidos de estar diretamente implicado e de ter graves responsabilidades nos incidentes ocorridos no país em 11 de julho.
História dos crimes imperialistas desfila pelas ruas de Cuba (link)
Não são manifestações por pão e liberdade. As bandeiras exploradas pela mídia são fachadas de um crime histórico. Artigo de Osvaldo Bertolino.
AMÉRICA LATINA E CARIBE
Castillo chama a construir um país justo e recebe saudações internacionais (link)
A justiça eleitoral peruana proclamou, no dia 19/7, Pedro Castillo como presidente eleito do Peru, que imediatamente agradeceu ao povo por seu triunfo histórico e fez um apelo à unidade para a construção de um país justo e inclusivo. O presidente eleito recebeu saudações de várias partes do mundo. A posse será no próximo dia 28 de julho.
As primárias chilenas
O Chile passou no dia 18/7 por primárias presidenciais. Como funcionam? Não é um processo obrigatório, os partidos optam por realizar primárias internas ou em coalizões. Para tanto inscrevem suas candidaturas no Serviço Eleitoral (Servel) do país que faz todo o trâmite burocrático. A eleição ocorre em caráter nacional e no 20º domingo anterior à data da eleição para Presidente. Cada partido ou aliança de partidos informa ao Servel quem poderá votar nas suas primárias e há cinco opções: só os filiados ao partido (no caso de primária interna a um único partido); filiados e eleitores em geral que não tenham filiação partidária (primária partidária interna); apenas filiados aos partidos que integram a coalizão; filiados aos partidos da coalizão e eleitores sem filiação partidária; todos os eleitores aptos a votar. No caso das primárias de 2021, duas coalizões colocaram seus pré-candidatos para passarem por um escrutínio eleitoral com ampla votação da cidadania, a coalizão de direita Chile Vamos e a coalizão de esquerda Apruebo Dignidad. Nos meses que antecederam as primárias, as pesquisas de intenções de votos davam a dianteira para o comunista Daniel Jadue, filiado ao Partido Comunista do Chile, seguido por Joaquín Lavín, da UDI – Unión Democrata Independiente, partido conservador de direita do oficialismo. As pesquisas voltadas para as primárias especificamente também apontavam os dois como favoritos em suas respectivas coalizões. Porém a votação levou a outro resultado. Pelo Chile Vamos, foi eleito Sebastian Sichel e pelo Apruebo Dignidad foi eleito Gabriel Boric. O bloco Apruebo Dignidad angariou mais de 1,7 milhão de votos, sendo 60% para Boric e 40% para Jadue. Já o Chile Vamos conquistou 1,3 milhão de votos, sendo 49% para Sichel, 31% para Lavín e quase 10% para Mario Desbordes do Renovación Nacional e mais 9% para Ignacio Briones do Evópoli. Em seu discurso de vitória, Boric disse que se o Chile foi o berço do neoliberalismo, será também sua tumba. Disse também que trabalhará incansavelmente com Jadue pela vitória do Apruebo Dignidad nas eleições de novembro. Boric é proveniente da militância autonomista no movimento estudantil, da região de Magalhães e está em seu segundo mandato como deputado nacional. Está filiado ao partido Convergência Social fundado em 2018 pelos autonomistas. Em sua campanha nas primárias destacou muito a perspectiva de gênero e as preocupações com o meio ambiente. Fala muito em uma paz social construída com justiça social. Defendeu a ampliação dos direitos coletivos dos trabalhadores. Apesar de ser um candidato da esquerda, Boric atraiu um voto anti-comunista e anti-Jadue. As regiões mais ricas do país em Santiago oriental votaram massivamente por Boric. Ele acabou se tornando uma “saída do meio” para chilenas e chilenos que querem mudanças, mas temem um comunista no poder. Já o candidato da direita será Sebastián Sichel, que já foi do partido Democrata Cristão, do Ciudadanos e agora se identifica como Independente. É advogado de formação e trabalhou nos governos de Bachellet e Piñera, nos ministérios da economia, turismo e desenvolvimento social. Nunca ganhou uma eleição para nenhum cargo e se autodeclara porta-voz da centro-direita. Ana Prestes, em Notas Vermelhas.
Chile: Walter Sorrentino analisa primárias e constituinte (link)
Walter Sorrentino, Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), analisa o ambiente político chileno, com a instalação da Convenção Constitucional e a realização, pela direita e pela esquerda, de primárias neste último domingo (18). Para Sorrentino, o Chile vive “um processo de luta e acúmulo (…) que, mais cedo do que tarde, abrirá caminho para opções mais avançadas, mais consequentes”.
Procurador argentino solicita abertura de investigação contra Macri por envio de armas para Bolívia (link)
Governo da Argentina acusa o ex-presidente Mauricio Macri, que comandou o país entre 2015 e 2019, de contrabando de armas para fornecimento de material bélico à Bolívia no golpe de Estado em novembro de 2019.
Haiti tem novo presidente
O Haiti passou, a partir do dia 20/7, a ter um novo governo, encabeçado por Ariel Henry (foto), que havia sido indicado por Jovenel Moise dois dias antes do magnicídio do presidente. O atual primeiro-ministro, Claude Joseph, voltará ao cargo de ministro das Relações Exteriores. O país ficará sem presidente e a missão será convocar novas eleições, atualmente previstas para 26 de setembro. Após a morte de Moise, Joseph chegou a se autoproclamar a maior autoridade do país e foi reconhecido como tal pela comunidade internacional. Nos últimos dias, no entanto, sua autoridade foi corroída pelas revelações das investigações que podem implica-lo no assassinato de Moise. O país está sem parlamento operante. O novo primeiro-ministro também assumirá a pasta de Assuntos Sociais e Trabalho, que havia ocupado por dois anos durante o governo de Michel Martelly, anterior ao governo Moise. A morte de Moise continua sob investigação. Ontem foram divulgados áudios de chamadas telefônicas em que ele pede ajuda aos oficiais da Polícia Nacional Haitiana. Um dos interrogantes do caso é porque a segurança do presidente e a polícia haitiana não o socorreu. Ana Prestes, em Notas Internacionais.
Guatemala: governo fecha Congresso e adota estado de sítio (link)
“Apresentando índices de desaprovação popular sem precedentes em apenas um ano e meio, a cúpula mafiosa do governo da Guatemala fechou o Congresso nesta quarta-feira (14/7) e adotou o Estado de Sítio – mal denominado de ‘Estado de Prevenção’. É uma tentativa de calar a oposição, de silenciar as crescentes e massivas manifestações populares contra o presidente Alejandro Giammattei. Estes recentes ataques à democracia são a mais clara demonstração do começo do fim de um governo de incapazes e corruptos” – Gregorio Chay, secretário-geral da Unidade Nacional Revolucionária Guatemalteca (URNG).
As manifestações em Cuba (link)
Trata-se de uma luta ideológica que adquire contornos dramáticos. Cuba é muito importante para a esquerda mundial. Todos devemos lutar pela ilha e pelos ideais da revolução. Artigo de Luiz Bernardo Pericás.
EUA
Superexploração e impostos zerados: quem é Jeff Bezos, o bilionário que foi passear no espaço (link)
Enquanto o mundo amarga uma crise econômica e sanitária sem precedentes, o fundador da Amazon decidiu construir uma nave para dar uma “voltinha” na borda da terra que durou, ao todo, 10 minutos. Artigo de Murilo Pajolla.
ÁSIA
China e Coreia do Norte prometem cooperação para enfrentar “ações obstrutivas” de “forças hostis” (link)
Pequim e Pyongyang reafirmaram seus compromissos com o tratado de amizade bilateral de 1961, com Xi Jinping, presidente da China, procurando conduzir as relações “a uma nova etapa”. O Tratado de Amizade Sino-Norte-Coreano de Ajuda Mútua e Cooperação foi assinado em 11 de julho de 1961 e continua sendo atualmente o único tratado de defesa que qualquer um dos dois tem com qualquer nação.
A China e a questão ambiental: um outro olhar (link)
“Ameaça chinesa”, “trabalho escravo”, “ditadura”, “violações dos direitos humanos”, “campos de reeducação uigur” e agora “vírus chinês”. “Destruição ambiental” entra no rol dessas narrativas anti-chinesas que têm muito pouco de altruísmo. Além disso, se sustentam ao invisibilizar alguns feitos da China, tais como a erradicação da pobreza, a transição (o único país!) de IDH baixo para alto e conversão no maior exportador mundial de vacinas e EPI’s em época de pandemia. Entre os feitos está o de ser já líder na nova fronteira de tecnologias no ramo da sustentabilidade. Artigo de Diego Pautasso e Isis Paris Maia.
PIB da China cresce 12,7% no primeiro semestre (link)
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 12,7%, ano a ano, no primeiro semestre de 2021, à medida que a recuperação continua se consolidando, mostraram os dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) divulgados no dia 15/07.
EUROPA
Inundações na Europa: O novo normal?
O governo alemão estima perdas em torno de 2 bilhões de euros após inundações que arrasaram o oeste do país. Mais de 160 pessoas morreram. Segundo a agência de notícias alemã DW, ruas, trilhos, pontes e torres de telefonia estão destruídos na região. A Bélgica também foi bem afetada com mais de 30 mortes. Segundo Johannes Quaas, da Universidade de Leipzig, na reportagem, “esse é o novo normal…. estamos lentamente nos aproximando de um novo normal que inclui padrões diferentes de precipitações”, se referindo às chuvas torrenciais e atípicas para a época do ano. Ana Prestes, em Notas Internacionais.
Homofobia
Segue em alta a queda de braço entre Viktor Orban, primeiro ministro húngaro, e a União Europeia em relação às políticas homofóbicas do governo da Hungria. No dia 16/7, a Comissão Europeia anunciou a abertura de uma investigação por considerar que as políticas de Orban de proibir difusão de conteúdo LGBTI em ambientes onde há menores de idade viola a Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia em pontos como os da liberdade de expressão e direito à não discriminação. Outro procedimento semelhante foi aberto com relação à Polônia, por criar “zonas livres de ideologia LGBTI” em vários municípios do país. Ana Prestes, em Notas Internacionais.
ÁFRICA
África do Sul em convulsão
A África do Sul atravessa um período de muitos protestos e distúrbios de rua. Os protestos começaram no dia 8 de julho, logo após o ex-presidente Jacob Zuma se entregar à Justiça para começar a cumprir uma pena de 15 meses de prisão por desacato à corte do país. Ele enfrenta um inquérito por denúncias de corrupção no período de seu mandato presidencial (2009 – 2018). Muitos protestos deixaram inscritas as palavras “Free Zuma” nas paredes e muros das cidades, em especial em Durban, onde foram mais massivas. Protestos foram grandes também em Joanesburgo e Kwazulu-Natal, de maioria zulu. Há estimativas de mais de 200 pessoas mortas e que mais de 2500 foram presas. Muitos centros comerciais foram invadidos, saqueados e depredados. A África do Sul é o país africano mais afetado pela pandemia e enfrenta uma crise econômica e social profunda, com desabastecimento de combustíveis e alimentos. A taxa de desemprego no país está em torno dos 30%. O presidente do país, Cyril Ramaphosa, admite que o país está em grave crise e que houve demora para dar resposta aos protestos mais violentos. Muitas mortes foram causadas por civis e seguranças privadas no confronto com os manifestantes. Parte do governo acusa os partidários e apoiadores de Zuma pela onda de violentos protestos. Ana Prestes, em Notas Internacionais.
ORIENTE MÉDIO
Um ano depois da explosão Líbano ainda busca estabilidade
No próximo mês de agosto completa-se um ano da trágica explosão no porto de Beirute, no Líbano. Desde então, o país está sem um governo em pleno funcionamento, após a renúncia de Hassan Diab. O primeiro-ministro interino, Saad Hariri, acaba de desistir de mais uma tentativa de formar governo, após oito meses de negociações e recusa do presidente do país Michel Aoun da proposta apresentada. Importante lembrar que no Líbano o governo é formado por cotas, presidente cristão maronita, primeiro-ministro muçulmano sunita e presidente do parlamento muçulmano xiita. Esse modelo vem desde os anos 1940, com a independência do país. Para elegerem seus representantes, os libaneses também votam em listas relacionadas à sua comunidade religiosa. O presidente Aoun alega que Hariri foi intransigente na última negociação que tiveram para a distribuição de ministérios. O Líbano sofre hoje de escassez de combustível, remédios, alimentos e produtos básicos, além de cortes de energia. Essa crise vem desde 2019 com aumento dos impostos em geral e perpetuação de esquemas de corrupção entre as oligarquias políticas religiosas. Ana Prestes, em Notas Internacionais.