ONU: Por esmagadora maioria, mundo rejeita bloqueio dos EUA contra Cuba
A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira (23), com o apoio de 184 de seus Estados membros, uma nova resolução que pede o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba. Votaram contra apenas os próprios Estados Unidos e Israel. Três países se abstiveram: Brasil, Colômbia e Ucrânia.
Pela vigésima nona vez desde 1992, os países do mundo exigiram categoricamente, no principal órgão deliberativo das Nações Unidas, o levantamento do bloqueio imposto por Washington há 62 anos.
Mais de 15 nações e organizações internacionais como o Movimento dos Não-Alinhados, o Grupo dos 77 mais a China e a Comunidade do Caribe discursaram denunciando os danos causados por esse mecanismo e exigindo seu fim.
Diplomatas e altos representantes de diferentes países condenaram o incremento da política hostil e o aumento das medidas coercitivas unilaterais que o Governo dos Estados Unidos promoveu contra Cuba no contexto da pandemia de Covid-19.
Precisamente como resultado da crise sanitária, a apresentação do projeto de resolução “Necessidade de acabar com o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba” não pôde ser realizada na Assembleia Geral do ano passado e foi adiada para esta data.
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, elogiou o apoio mundial contra o bloqueio e qualificou de contundente o voto nas Nações Unidas sobre o tema.
Em uma mensagem divulgada no Twitter, o presidente apontou o isolamento de Washington, já que 184 países foram a favor da eliminação do cerco norte-americano.
O chefe de Estado cubano afirmou que o “discurso imperial cínico, mentiroso e calunioso” da nação do norte é tão imoral, desavergonhado e obsoleto quanto o bloqueio criminoso. “O mundo está com Cuba”, destacou Díaz-Canel e agradeceu aos povos e governos que apoiam a ilha caribenha.
O Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Walter Sorrentino, comentando sobre a abstenção brasileira, declarou que:
“Com essa nova votação na ONU, só podemos dizer, uma vez mais: Viva Cuba! E saibam os cubanos e todos que, quanto ao Brasil, vamos derrotar Bolsonaro por mais essa associação indireta com o crime imperialista do bloqueio, e nosso voto voltará à tradição de sempre, pela paz, solução negociada de conflitos, sem ingerência e pela autodeterminação dos povos. A luta continua“.
Já o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, denunciou que, de abril de 2019 a dezembro de 2020, o bloqueio causou prejuízos de 9.157 bilhões de dólares.
O ministro das Relações Exteriores informou que em quase seis décadas de aplicação da política, os prejuízos somam 147.853 bilhões de dólares.
Os danos humanos, o sofrimento e a escassez causados às famílias cubanas são incalculáveis, destacou.
Com informações da agência Prensa Latina