98 anos do PC da China
Aproxima-se o aniversário de fundação da República Popular da China, em 1° de outubro de 1949, que representou o ápice da maior revolução anticolonial da história. Revolução que, liderada por Mao Zedong, emancipou o país e seu povo, dando-lhes novo destino e, hoje, transforma-se num protagonista mundial apontando para caminhos originais na luta por erigir o socialismo com particularidades chinesas e por um rumo progressista para a Humanidade.
Por Walter Sorrentino *
À frente dessa saga histórica, esteve e está o Partido Comunista, que completa 98 anos de fundação neste 1º de julho.
Desde a segunda metade do século XIX, com as guerras do ópio, até os alvores do segundo pós-guerra no século XX, a China foi subjugada pelo colonialismo imperialista. Antes da vitória do Exército de Libertação Popular, em outubro de 1949, foi por diversas vezes invadida, saqueada e teve sua soberania aviltada. A proclamação da República em 1911 não logrou emancipá-la e o país enfrentou outros invasores e a guerra civil. Com a Revolução, que instaurou a República Popular da China, o gigante asiático começou a trilhar o caminho da dignidade nacional, da soberania plena e do pleno respeito aos direitos do povo.
Esse resultado foi a mais elevada obra do Partido Comunista da China, que em 1º de julho comemora 98 anos de vida. Surgido sob a égide da Internacional Comunista, ao lado de centenas de outros partidos comunistas marxistas-leninistas, inclusive o PCdoB, o PC da China soube conduzir a nação chinesa em meio a vitórias, vicissitudes e condicionamentos, mas foi grande vitorioso em construir caminhos para o que a China representa hoje – um pólo mundial em contraposição à hegemonia dos EUA, com enorme capacidade de pensar estrategicamente os caminhos para o socialismo em sua pátria.
Toda essa trajetória culmina com a audácia de construir os destinos da nação chinesa erigindo rumos inovadores para a estratégia socialista. Soube avaliar o próprio passado de sua experiência, desde Mao Zedong, e avançou face à crise do socialismo e a situação geopolítica mundial resultante desde os anos 1970.
Deng Xiaoping, pai da política de Reforma e Abertura, iniciada em 1976, leva a China a uma nova e acelerada etapa de desenvolvimento – a maior de toda a história em magnitude e duração -, tirando centenas de milhões de chineses da pobreza, elevando em todas as áreas a produtividade, a criatividade e a cultura.
Atualmente, a República Popular da China, sem declarações grandiloquentes, representa a segunda economia mundial, tem papel proativo face à crise da globalização neoliberal, ao propor uma forma avançada de relações internacionais, baseadas no ganho mútuo, na defesa de soluções pacíficas para as controvérsias, no respeito à autodeterminação dos povos, na não intervenção em assuntos internos de outros países e no rigoroso compromisso com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
Não à toa a China se tornou o alvo principal da estratégia de guerra contínua e multidimensional dos EUA – da qual a “guerra comercial” de Trump é a ponta o iceberg – reagindo agressivamente ao declínio de sua hegemonia mundial.
O PC da China é exemplo de capacidade para formular o socialismo com peculiaridades próprias, nos termos de sua própria formação econômico-social e sua história, não se bastando com dogmas ou modelos. Desbrava assim novos caminhos e amplia o arsenal teórico, político, econômico e social dos revolucionários comunistas de todo o mundo.
O PC da China, na vanguarda da Frente Patriótica, tem um caminho bem traçado, uma estratégia madura para alcançar seus fins, a firme decisão estratégica de servir sempre ao povo e a capacidade de promover atualizações institucionais e econômicas regularmente, para construir o socialismo com peculiaridades chinesas. À frente disso se encontra Xi Jinping, herdeiro das melhores tradições de luta e de lucidez dos trabalhadores, conduzindo a jornada de uma economia de crescimento econômico acelerado, a um desenvolvimento de alta qualidade pelo lado da oferta, com grandes investimentos em ciência e tecnologia e modernização de sua estrutura social. No horizonte, está posta a estratégia de superar a condição ainda de ser um país em desenvolvimento, o maior do mundo.
70 anos depois da Longa Marcha que culminou com a Revolução, a China representa um poderoso ativo das forças que lutam pela paz, desenvolvimento compartilhado em prol de um destino comum da Humanidade. Não há como desconsiderar a importância da experiência da China para uma Nova Luta pelo Socialismo no mundo.
Viva os 98 anos de fundação do PC da China
Viva o Socialismo
* Walter Sorrentino é vice-presidente nacional e Secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB