Súmula Internacional

Súmula Internacional 110 – Rússia: “EUA têm a ilusão de que estão a salvo de uma guerra nuclear”

Anatoli Antónov, embaixador da Rússia nos EUA: "Não brinquem com fogo"

Leia mais: PIB da Nicarágua cresce apesar das sanções estadunidenses / A tentativa de normalizar o terrorismo contra a Venezuela / Presidente do Laos deve participar da Cúpula do BRICS

O embaixador da Rússia nos EUA, Anatoli Antónov, manifestou estar “surpreso” com a atitude de Washington em relação à ameaça de uma conflagração mundial. Em declaração concedida ao canal Rossiya 24, o diplomata, que desempenhou anteriormente a função de vice-ministro da Defesa no governo russo, declarou: “Aqui (nos EUA) existe uma espécie de ilusão de que, se houver um conflito, ele não se estenderá ao território dos Estados Unidos. Constantemente tento transmitir uma mensagem: os americanos não poderão ficar a salvo, essa guerra afetará a todos“, expressou, salientando que a Rússia poderá mudar sua doutrina nuclear dependendo de como o Ocidente agir em relação à Ucrânia.  “Dissemos centenas de vezes que não pode haver uma guerra nuclear entre Estados nucleares, especialmente entre os EUA e a Rússia, e que não haverá vencedores“, disse Antónov. “Dizemos constantemente: ‘Não brinquem com essa retórica […] Não brinquem com fogo“, acrescentou. As declarações de Antónov surgem em meio a temores de uma possível escalada entre a Rússia e a OTAN, que se intensificaram nos últimos dias. As potências ocidentais estão considerando a possibilidade de permitir que Kiev realize ataques com mísseis de longo alcance no interior do território russo.  Segundo destacou o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, o problema não é sobre uma suposta “permissão”, mas sim que a Ucrânia não domina a tecnologia para operar e direcionar os mísseis, o que teria que ser feito pelos países da OTAN, representado assim, um ataque direto destes países ao território russo e isso significaria, de acordo com Putin, que os países da OTAN “estão em guerra com a Rússia“. O presidente dos EUA, Joe Biden, no entanto, na tarde da última sexta-feira (13) declarou que não considerava que o eventual uso pela Ucrânia de mísseis Storm Shadow de fabricação ocidental para bombardear alvos na Rússia equivalia à entrada da OTAN em guerra com Moscou. Fonte: RT.

PIB da Nicarágua cresce apesar das sanções estadunidenses

A agência Prensa Latina informou nesta segunda-feira (16) que, apesar das sanções a ameaças estadunidenses, o Produto Interno Bruto (PIB) da Nicarágua cresceu 4,7% no primeiro semestre deste ano, o que indica um crescimento médio anual de 5,1%, destacou um relatório do Banco Central. De acordo com a entidade financeira, essa cifra foi registrada com base na estimativa preliminar do Produto Interno Bruto Trimestral (PIBT) na série de dados originais. Segundo o Banco Central da Nicarágua (BCN), pelo enfoque da produção, a evolução interanual do PIBT foi resultado do crescimento nas atividades de eletricidade (13,6%), extração de minas e pedreiras (11,4%). Além disso, destacou-se a atividade de hotéis e restaurantes (8,8%), comércio (8,6%), transporte e comunicações (7,1%) e intermediação financeira e serviços conexos (6,2%), entre outras atividades econômicas. O relatório detalhou que, do ponto de vista do gasto, o crescimento do PIBT foi determinado pelo impulso da demanda interna, devido ao crescimento do consumo (6,0%) e do investimento fixo (6,5%). Nesse sentido, mencionou a diminuição da demanda externa líquida, como resultado da queda nas exportações de bens e serviços (-1,7%) e do aumento nas importações (8,7%).

A tentativa de normalizar o terrorismo contra a Venezuela

O governo venezuelano, com farta apresentação de provas, inclusive de mercenários estrangeiros presos e muito material bélico apreendido (só fuzis, foram 400), acusa os Estados Unidos e a Espanha de apoiarem um complô para promoção de ataques terroristas visando desestabilizar o país, o que aparentemente foi frustrado durante o fim de semana. Notem que um dos detidos é um militar da ativa dos Estados Unidos. Matéria publicada nesta segunda-feira (16) no site estadunidense “Military.com”, especialista em notícias sobre as Forças Armadas americanas, reporta a confirmação da Marinha dos EUA sobre a identidade de um dos presos, Wilber Joseph Castañeda (foto acima), que é suboficial de primeira classe da unidade de elite de operações especiais chamada de “Navy Seals”, estando alistado na força desde 2007. Segundo o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, Castañeda era o chefe das operações terroristas. Nem mesmo a confirmação de que um militar da ativa dos EUA está envolvido em planejamento de atos terroristas contra um país soberano faz com que o fato seja discutido seriamente na mídia hegemônica. As detenções foram anunciadas por Cabello no sábado (14) e além de Castañeda foram presos outros dois norte-americanos, dois espanhóis e um checo. Segundo Caracas, os mercenários tinham conexões com a extrema-direita venezuelana, com a CIA e com o Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha.

A tentativa de normalizar o terrorismo contra a Venezuela II

Madri e Washington, é óbvio, negam envolvimento na trama embora confirmem a detenção de seus compatriotas. De acordo com a investigação das autoridades de Caracas, Castañeda foi treinado no uso de explosivos para operações no Afeganistão e no Iraque e foi capacitado para operações fluviais e guerra urbana. Outro cidadão norte-americano preso é especialista em pirataria cibernética. Castañeda teria feito contato com os espanhóis Andrés Martínez Adasme e José María Basoa Valdovinos, que supostamente pertencem ao serviço secreto do CNI e tinham ligações com María Corina Machado. Corina Machado, segundo a Folha de SP, o Globo e outros veículos invertebrados, é uma heroína da democracia venezuelana, embora, na verdade, não passe de uma veterana golpista, tendo participado da intentona contra o presidente Chávez em 2002. Conforme informou a Telesur, documentos foram apreendidos com um dos detidos, indicando planos para atacar o Palácio de Miraflores, o aeroporto da capital e outras instalações públicas, além de realizar atos de sabotagem e assassinatos contra membros do governo para provocar caos. “Os Estados Unidos lideram a operação, a Espanha fornece os mercenários estrangeiros para executá-la“, disse Cabello à emissora. Mesmo que não se queira, de antemão, corroborar a denúncia do governo venezuelano de que EUA e Espanha estão efetivamente por trás dos planos criminosos, é inescapável que o planejamento aconteceu e foi desmantelado. Ocorre que nenhuma das informações fornecidas pelo governo venezuelano é investigada ou repercutida pela mídia hegemônica, que as cita, quando cita, só de passagem, enquanto o texto é inundado com os adjetivos de sempre contra o presidente venezuelano e seu governo, deixando a clara mensagem de que o terrorismo, desde que direcionado para os alvos adequados (de preferência, insurgentes latino-americanos, orientais, africanos ou, melhor ainda, árabes) será sempre um recurso aceitável.

Presidente do Laos deve participar da Cúpula do BRICS

Thongloun Sisoulith

O presidente da República Democrática Popular do Laos, Thongloun Sisoulith, planeja participar da cúpula dos BRICS que acontecerá de 22 a 24 de outubro na cidade russa de Kazan, afirmou nesta segunda-feira Liudmila Vorobiova, diretora do departamento asiático do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, de acordo com a agência Sputnik. “Em maio, o presidente do Laos participou de eventos relacionados à celebração da vitória na Grande Guerra Patriótica e planeja comparecer à cúpula dos BRICS“, disse a diplomata. A Rússia assumiu, em 1º de janeiro passado, a presidência rotativa do grupo para 2024, ano que começou com a admissão de novos membros. O grupo BRICS, composto inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi ampliado este ano com a entrada da Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A presidência russa no grupo está sendo conduzida sob o lema de fortalecimento do multilateralismo em prol de um desenvolvimento global justo e seguro. Atualmente, esta aliança representa quase metade da população mundial, 40% da produção global de petróleo e cerca de 25% das exportações de bens.

No artigo “O marxismo e o problema nacional” (1913), Stálin registra a importância da cultura e das tradições na formação da identidade nacional, mas adverte sobre a necessidade de combater “tradições” de caráter reacionário:

Fixai bem o que significa ‘conservar’ tais ‘peculiaridades nacionais’ dos tártaros da Transcaucásia, como a da autoflagelação na festa do ‘Shajsei-Vajsei’, ou desenvolver tais peculiaridades nacionais dos georgianos, como o direito de ‘vingança’…!

Observação, à guisa de curiosidade: É este artigo que suscita de Lênin, em carta para Gorki, o elogio a Stálin qualificando-o como o “magnífico georgiano”.

Por Wevergton Brito Lima

 

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