Súmula Internacional

Súmula Internacional 111: Em dupla vitória Palestina, ONU ordena saída de tropas israelenses

Leia mais: Congresso da Fepal, o maior da história, começa nesta sexta-feira em São Paulo / China: Foguete “Longa Marcha” faz 535º lançamento de novos satélites / Justiça nega novo pedido de prisão contra Daniel Jadue: “Outro passo para ratificar minha absoluta inocência”

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (18) uma resolução para exigir o fim da ocupação de Israel nos territórios palestinos (Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e a Faixa de Gaza), com uma maioria de 124 votos a favor, 14 contra e 43 abstenções. Foi uma dupla vitória palestina, pois não só arregimentou o apoio da ampla maioria dos países, como pela primeira vez na história o Estado da Palestina pôde apresentar uma resolução na ONU. Apesar de o país ainda não ser um membro pleno das Nações Unidas, paulatinamente vem conquistando novas prerrogativas. O texto da resolução segue o parecer histórico emitido em julho pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais alto tribunal da ONU, que a pedido da Assembleia Geral analisou a ocupação dos territórios palestinos desde 1967 e considerou que “a continuação da presença” israelense nesses territórios “é ilegal” e que Israel tem “obrigação de pôr fim a isso […] o mais rápido possível“. Enquanto os países muçulmanos e africanos votaram quase em bloco a favor da resolução, a União Europeia se dividiu, com votos a favor (entre eles Espanha e França), contrários (Hungria e República Tcheca) e várias abstenções (Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Polônia). Israel e Estados Unidos, parceiros e promotores do genocídio contra o povo palestino, votaram contra e tiveram ao seu lado Argentina, Paraguai e vários países das ilhas do Pacífico, que sempre votam com os americanos. A resolução “pede a Israel que ponha fim, sem demora, à sua presença ilegal nos Territórios Palestinos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental (…) e a fazê-lo no prazo máximo de 12 meses após a adoção da resolução“. O texto exige que Israel devolva as terras confiscadas dos palestinos, permita o retorno das pessoas deslocadas pelos assentamentos e faça reparações aos afetados, além de orientar que a comunidade internacional não reconheça as consequências territoriais, legais e demográficas da ocupação das terras palestinas. Também pede que os Estados-membros tomem medidas para impedir as importações procedentes dos assentamentos e o fornecimento de armas a Israel se houver motivos “razoáveis” para acreditar que elas poderiam ser usadas nos territórios palestinos. A resolução, ademais, propõe sanções contra os envolvidos na “manutenção da presença ilegal de Israel” nos territórios palestinos. Nesta terça-feira (17), ao apresentar a resolução, o embaixador palestino na ONU, Riad Mansour, disse que “nenhuma potência ocupante deve infringir os direitos inalienáveis dos palestinos. A justiça é o único caminho para a paz. Respeitem o direito internacional e não o sacrifiquem por cálculos políticos frios“, acrescentou. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, mantendo a retórica fascista típica do sionismo, referiu-se à votação “um circo onde o terror é aplaudido”. Com DW e agências.

Congresso da Fepal, o maior da história, começa nesta sexta-feira em São Paulo

O 11° Congresso da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) terá início nesta sexta-feira (20) e se estenderá até domingo (22), na cidade de São Paulo, no Hotel Panamby. Este será o maior congresso da história de mais de quatro décadas da instituição, que é representante oficial da comunidade brasileiro-palestina. Estão inscritos mais de 220 delegados e observadores de todo o país, aos quais se somarão dezenas de convidados especiais. Segundo o balanço realizado na noite de segunda-feira (16) pela comissão organizadora do Congresso, já estão inscritos 223 participantes, que representam a comunidade brasileiro-palestina de todo o território nacional. O Congresso anterior, em 2019, o maior até então, teve perto de 160 delegados e observadores eleitos em assembleias, dos quais 136 compareceram. Esses delegados e observadores ao 11º Congresso foram eleitos nas dezenas de assembleias comunitárias, presenciais e virtuais, bem como em cinco assembleias especiais de abrangência nacional e virtuais, que reuniram, cada uma, refugiados, juristas, profissionais da saúde, mulheres e juventude. “Além de ser o maior congresso, ele é historicamente importante porque se dá em um momento de genocídio televisionado, de Nakba televisionada” declara o presidente da Fepal, Ualid Rabah, que aponta como um dos objetivos do encontro fortalecer a direção da Fepal: “Esse congresso pretende renovar a representação palestina no Brasil, incorporando mais mulheres e mais jovens, e igualmente dará uma nova dinâmica ao movimento palestino no Brasil a partir das ferramentas de comunicação e as capacidades de se organizar a partir delas”, completa. Haverá atividades de livre acesso ao público, como exposição e venda de livros, artesanatos, camisetas, kufyias e acessórios com temas da Palestina no Foyer do piso E2, das 8h às 21h de sábado e das 8h às 14h de domingo. Para os detalhes de toda a programação, clique aqui. Fonte: Site da Fepal.

 China: Foguete “Longa Marcha” faz 535º lançamento de novos satélites

A agência Xinhua informa que a China lançou, nesta quinta-feira (19) dois novos satélites do Sistema de Navegação por Satélite BeiDou-3 (BDS-3) a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na Província de Sichuan, sudoeste da China. O lançamento foi a 535ª missão dos foguetes transportadores da série Longa Marcha. Os dois satélites, o 59º e o 60º satélites do sistema BeiDou, foram lançados às 9h14 (horário de Pequim) por um foguete transportador Longa Marcha-3B e o estágio superior Yuanzheng-1 (Expedição-1) afixado ao foguete transportador. Eles são o segundo grupo de satélites de órbita terrestre média (MEO) lançados desde que o BDS-3 foi formalmente comissionado para fornecer serviços de navegação por satélite em todo o mundo. Depois de entrar em órbita e concluir os testes, eles serão conectados ao sistema BDS. Comparados com o grupo anterior de satélites MEO, esses novos equipamentos apresentam relógios atômicos a bordo atualizados e novos terminais de ligação entre satélites. Eles melhorarão ainda mais a confiabilidade do sistema BDS-3 e o desempenho de seu posicionamento, navegação e tempo (PNT), comunicações globais de mensagens curtas e outros serviços. Os satélites também serão usados para testes de novas tecnologias para o sistema BDS de próxima geração, de acordo com o Escritório de Navegação por Satélite da China. A China acelerará a construção e o desenvolvimento do sistema BDS de próxima geração e aumentará a pesquisa técnica em uma variedade de métodos PNT que não dependem de satélites, disse o escritório, de acordo com a agência Xinhua. Os satélites e veículos de lançamento foram desenvolvidos respectivamente pela Academia de Inovação para Microssatélites da Academia Chinesa de Ciências e pela Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento da China Aerospace Science and Technology Corporation.

Justiça nega novo pedido de prisão contra Daniel Jadue: “Outro passo para ratificar minha absoluta inocência”

O jornal El Siglo informa que a Corte de Apelações do Chile negou, na segunda-feira, o retorno à prisão preventiva do ex-prefeito de Recoleta e dirigente comunista, Daniel Jadue, rejeitando o pedido do Ministério Público.  Jadue enfatizou que a resolução “ratifica o enfraquecimento significativo da teoria do caso que o Ministério Público tentou impor contra mim”.  Jadue afirmou que “avançamos em demonstrar tanto a animosidade e o conflito de interesse dos meus perseguidores, quanto a falta do princípio de objetividade na condução da investigação”. Que seu retorno à prisão preventiva tenha sido rejeitado é “mais um passo para ratificar o que venho afirmando desde o primeiro dia: minha absoluta inocência”.  Daniel Jadue, expressou ainda: “Agradeço o imenso apoio e solidariedade nacional e internacional que recebi durante este tempo”.  Enquanto isso, a defesa do dirigente comunista valorizou a decisão da Corte de Apelações, “destacamos que a Corte ratifica a decisão da Juíza de Garantia, que enfraquece significativamente os fundamentos materiais para a existência de crimes e da participação do ex-prefeito neles”, afirmou um comunicado. Foi ressaltado ainda “o fato de que se torna cada vez mais evidente as falhas e lacunas ao investigar com igual empenho as provas que fundamentam a acusação. Pedimos que agora, com objetividade, sejam investigados todos esses novos fatos que desacreditam as acusações contra Jadue”.

Trago ao leitores outra “lição” do primeiro manual de campanha eleitoral, que foi escrito pelo romano Quinto Cícero no Século I A.E.C. (portanto, há mais de 2 mil anos), para seu irmão Marco Túlio Cícero, que era candidato a Cônsul (e venceu a eleição). Mais uma vez Cícero fala da importância de arregimentar militantes dedicados à campanha, inclusive conhecendo-os pelo nome. Os irmãos eram nobres e defensores dos privilégios da aristocracia.

busca e descobre em cada região homens, conhece-os pessoalmente, vai ter com eles, assegura-os para a tua causa, providencia que façam campanha por ti junto dos seus vizinhos e que sejam como que candidatos por tua conta. Eles querer-te-ão como amigo, se virem que a sua amizade é desejada por ti. Para que eles compreendam isto, tu tens de utilizar uma linguagem adaptada àquela circunstância. Os habitantes dos municípios e do campo julgam que são nossos amigos, se os conhecemos pelo seu nome (…) tu não os ignoras e reconhecê-los-ás facilmente, condição sem a qual não pode haver amizade (…) embora esta condição seja importante, todavia não é suficiente, se não se seguir a esperança de uma amizade que traga vantagens, para que não pareças ser apenas um nomenclador (1), mas também um bom amigo.”

Breve Comentário sobre a Campanha Eleitoral (Commentariolum Petitionis) de Quinto Cícero, 63 A.E.C.

1- Nomenclador era o escravo que lembrava ao candidato o nome do eleitor. O eleitor não pode então, defende Quinto Cícero, ser apenas um nome lembrado pelo Nomenclador, ele deve sentir que tem algum papel político singular que é valorizado pelo candidato e pelo qual pode ser, mais tarde, recompensado.

Por Wevergton Brito Lima

 

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