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Súmula Internacional 31 – Kiev sofre severo bombardeio em escalada do conflito na Ucrânia

Trilhas de mísseis cortam o céu de Kiev / Foto: © AFP - Sergei Supinsky

Leia também: Coalizão de Erdogan conquista maioria absoluta no parlamento / Começa julgamento do impeachment de Guillermo Lasso, que ameaça com “morte cruzada” / Negociações de paz entre Colômbia e ELN avançam lentamente, mas “com solidez” e União Europeia aprova primeiras regras para criptomoedas.

A manhã desta terça-feira (16) foi marcada por severos bombardeios russos contra a capital da Ucrânia. “Foi excepcional em sua densidade – o número máximo de mísseis de ataque no menor período de tempo“, disse Serhiy Popko, chefe da administração militar da cidade de Kiev, ao Telegram, citado pela Reuters. A Reuters informa ainda que foram lançados contra Kiev seis mísseis hipersônicos Kinzhals, a partir de aeronaves, bem como nove mísseis de cruzeiro Kalibr de navios no Mar Negro e três Iskanders disparados de terra. Na habitual guerra de informações, Kiev alega ter interceptado com sucesso todos os seis mísseis hipersônicos Kinzhals, o que considerou como um grande feito. Tal versão é ridicularizada pela Rússia, que diz ter atingido em cheio “um sistema de mísseis antiaéreos Patriot com um acerto preciso.” Um vídeo que circula em diversos sites mostra o que parece ser uma tentativa do sistema Patriot responder aos ataques seguida de duas potentes explosões em solo de onde partiam os mísseis antiaéreos (veja abaixo extraído do site pravda.ru). Segundo a mídia russa “os principais alvos do ataque maciço de mísseis à Ucrânia foram depósitos militares, locais de acumulação das Forças Armadas da Ucrânia, bem como sistemas de defesa aérea inimigos”. Para o especialista militar russo Yuri Knutov, Kiev terá que mudar o cronograma da contraofensiva (que já teria começado, conforme alegam alguns analistas) ou cancelar completamente os preparativos para ela se as Forças Armadas russas continuarem a destruir armazéns ucranianos com equipamentos, munições, combustível e lubrificantes. Enquanto países como China e Brasil defendem cessar-fogo imediato e negociações de paz sem pré-condições, EUA e Otan continuam fornecendo armas e dinheiro para a guerra, apostando na continuidade do conflito até a derrota total da Rússia. Já Moscou acusa: “EUA e OTAN querem lutar até a morte do último ucraniano”.

 

Coalizão de Erdogan conquista maioria absoluta no parlamento

Como informou a Súmula Internacional desta segunda-feira (15), as projeções foram confirmadas e a coalizão governista que apoiou a candidatura de Recep Tayyip Erdogan, do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), conquistou 322 assentos e, portanto, a maioria absoluta no parlamento turco que tem 600 cadeiras. A aliança oposicionista, que sustentou a candidatura Kemal Kilicdaroglu, ocupará 213 vagas, ficando as restantes 65 distribuídas entre forças minoritárias. Erdogan e Kilicdaroglu disputam o 2º turno das eleições presidenciais no dia 28/5. Erdogan liderou o primeiro turno com 49,51% dos votos, contra 44,88% de Kemal Kilicdaroglu.

Começa julgamento do impeachment de Guillermo Lasso, que ameaça com “morte cruzada”

A agência de notícias Prensa Latina informa que o julgamento político contra o presidente do Equador, Guillermo Lasso, começará nesta terça-feira no plenário da Assembleia Nacional (Parlamento do Equador), onde o presidente irá se defender das acusações de peculato. A sessão, marcada para as 10h (hora local, 12h, horário de Brasília), terá início com a apresentação dos argumentos da acusação. Dois deputados inquiridores terão duas horas para apresentar as provas apuradas durante o processo. Segundo a denúncia, Lasso cometeu o crime de peculato ao saber de supostas irregularidades em contrato entre a estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec) e a empresa Amazonas Tanker e, mesmo assim, não agiu para evitar maiores prejuízos ao Estado. Em seguida, o presidente equatoriano terá três horas para apresentar sua defesa. Ambas as partes terão direito a uma hora de resposta, explicou o presidente da Assembleia, Virgílio Saquicela. Após sua participação, Lasso deve deixar o plenário para que se inicie o debate entre os legisladores. Esse momento pode durar vários dias, já que os 137 membros da assembleia têm direito a falar por 10 minutos cada. Concluída a discussão, uma nova sessão será convocada alguns dias depois para decidir definitivamente, com base nas acusações e provas da defesa, se o afastamento do presidente será ou não aprovado.

A “morte cruzada”

Na terça-feira passada, 88 parlamentares, em uma votação preliminar, se manifestaram a favor do impeachment, quatro votos a menos do que os 92 necessários para remover o chefe do Executivo do poder. Caso chegue ao número suficiente para o impeachment, o vice-presidente, Alfredo Borrero, deve assumir o cargo pelo tempo restante do atual mandato, ou seja, até 2025. Enquanto o governo garante a inocência do presidente, a acusação ocorre em meio a um contexto de repúdio popular a Lasso, com mais de 80% de reprovação à sua gestão, segundo as pesquisas. Organizações sociais convocam a população para manifestações em frente à Assembleia para exigir que os legisladores aprovem o afastamento de Lasso. Por sua vez, o secretário jurídico da presidência, Juan Pablo Ortiz, afirmou que o decreto da “morte cruzada” já está pronto. A “morte cruzada” é um dispositivo constitucional que permite ao presidente dissolver o parlamento tendo ao mesmo tempo que dissolver o próprio governo, antecipando eleições gerais. A ameaça da “morte cruzada”, que só terá efeito se apresentada antes do término da votação do afastamento, é uma forma de luta política de Lasso contra o que considera uma injustiça, ameaçando os parlamentares de antecipar o fim dos seus mandatos caso sinta que a tendência é a aprovação do impeachment. A principal força de esquerda do Equador, a Revolução Cidadã, liderada pelo ex-presidente Rafael Corrêa, defende o afastamento de Lasso, mas considera que a “morte cruzada” pode ser um “instrumento democrático” para resolver a crise política.

Negociações de paz entre Colômbia e ELN avançam lentamente, mas “com solidez”

Os negociadores do Exército de Libertação Nacional (ELN) nas conversações de paz com o governo da Colômbia asseguraram, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (12), que as negociações para um cessar-fogo avançam “vigorosamente”. A delegação do ELN emitiu esta nota no décimo dia de contatos com o governo colombiano em Havana, sede do terceiro ciclo de conversações entre as duas partes depois das realizadas na Venezuela (novembro) e no México (março). O conteúdo das conversas é confidencial. “Queremos que o país saiba que há progresso nesta mesa, mas que a velocidade não pode ser inimiga da solidez“, disse o negociador-chefe do ELN, Israel Ramírez, conhecido como Pablo Beltrán. Segundo o ELN, até ao momento registaram-se progressos na concretização do cessar-fogo bilateral e no ponto de participação da sociedade civil no processo de paz, dois dos três temas agendados para este terceiro ciclo de contatos entre as partes. A terceira é a ajuda humanitária. Também houve uma “análise minuciosa” do “grau de cumprimento dos aspectos acordados” pelas partes nas duas rodadas anteriores. “Os acordos devem ser sólidos”, insistiu Beltrán. Com informações da agência EFE.

União Europeia aprova primeiras regras para criptomoedas

A agência Reuters, em matéria assinada por Huw Jones, informa que a União Europeia finalizou, nesta terça-feira, o primeiro conjunto abrangente de regras do mundo para regular criptoativos. Espera-se que as regras sejam implementadas a partir de 2024. A regulamentação da cripto tornou-se mais urgente para os reguladores após o colapso da exchange cripto FTX. “Eventos recentes confirmaram a necessidade urgente de impor regras que protejam melhor os europeus que investiram nesses ativos e evitem o uso indevido da indústria cripto para fins de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo“, disse Elisabeth Svantesson, ministra das Finanças da Suécia, que detém a presidência da UE. As regras exigem que as empresas que desejam emitir e negociar criptoativos no bloco de 27 países obtenham uma licença. Os ministros tomaram medidas para combater a evasão fiscal e o uso de transferências de criptoativos para lavagem de dinheiro, tornando as transações mais fáceis de rastrear. Eles concordaram com a exigência de que, a partir de janeiro de 2026, os provedores de serviços obtenham o nome dos remetentes e beneficiários em criptoativos, independentemente do valor que está sendo transferido. Segundo a Reuters, a iniciativa da UE “aumenta a pressão” sobre os EUA e Reino Unido para que também regulem os criptoativos.

Por Wevergton Brito Lima

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