Súmula Internacional

Súmula Internacional 7 – EUA e Taiwan: Um tosco jogo duplo

China responde à provocação com ampla mobilização militar perto de Taiwan.

Os EUA têm tal poder de influência midiática e cultural que se permite encenações escandalosamente falsas sem que isso cause grande espécie. Nesta quarta-feira (5), o republicano Kevin McCarthy, presidente da Câmara de Representantes (equivalente à nossa Câmara dos Deputados), recebeu a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, na Califórnia, sob forte protesto da China. Os EUA, no entanto, continuam publicamente afirmando compromisso com a política de uma só China. McCarthy inclusive, com a maior tranquilidade do mundo, declarou que não havia motivo para protestos por parte da China pois Tsai Ing-wen estava em uma viagem informal e privada. Notem bem: logo em seguida a esta afirmação apaziguadora, McCarthy, segundo reportaram as agências de notícias, “enfatizou que os EUA são o principal fornecedor de armas a Taiwan e informou que foram discutidas com Tsai Ing-wen alternativas para acelerar o envio de armamentos”. De fato, uma discussão deste tipo é claramente “informal e privada”. Agora imaginem se o deputado do Texas, Bryan Slaton, que defende um referendo para tornar o Texas uma nação independente, tivesse realmente alguma relevância e fosse recebido na China por uma alta autoridade que lhe garantisse o fornecimento de armas? O mundo viria abaixo. A China, que não é boba nem nada, diz que não acredita apenas em palavras, mas em gestos concretos, e os céus e mares próximos a Taiwan estão, neste exato momento, bastante movimentados.

França: Novos protestos marcados depois de fracasso nas negociações

Nesta quinta-feira (6) estão marcados novos protestos um dia após o fracasso da reunião entre a primeira-ministra, Elisabeth Borne, e representantes da junta intersindical que organiza os atos desde janeiro. “Dissemos mais uma vez à primeira-ministra que não poderia haver outro resultado democrático da reforma que não fosse a retirada do texto pelo governo“, disse Cyril Chabanier, da Confederação Francesa de Trabalhadores Cristãos. “Ela respondeu que manteria seu texto, o que é uma decisão séria.” “A primeira-ministra escolheu nos mandar de volta às ruas”, disse a secretária geral da Confederação Geral dos Trabalhadores, Sophie Binet, que chamou a reunião de “inútil”. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

França: A repressão crescente e a explicação do Ministro

Os protestos desta quinta-feira, que segundo a expectativa geral serão muito significativos, ocorrem sob o signo de uma feroz repressão. Diz o jornal Folha de S. Paulo que “os embates entre policiais e manifestantes nas ruas do país, cada vez mais brutais, entraram na pauta parlamentar e da sociedade civil organizada. As ações, suspeita-se, configurariam uso político das forças de segurança para restringir um exercício de direitos políticos”. Com quase dois mil franceses presos, segundo admitem as próprias autoridades, e um número indeterminado de manifestantes hospitalizados, a “suspeita” da Folha de S. Paulo tem base concreta.  O ministro do Interior, Gérald Darmanin, falou à Assembleia Nacional, nesta quarta-feira, sobre as acusações de uso de força excessiva por parte da polícia. Darmanin explicou, candidamente: “Eles (os policiais) são violentos porque lhes pedimos que usem a força em nome da lei”. Como diriam os antigos: “cutucou a onça com a vara curta”.

Novas investigações complicam Trump

A correspondente em Washington do El Pais, Macarena Vidal Liy, informa na edição desta quinta-feira que investigações em curso podem complicar a vida do ex-presidente dos EUA (2017-2021), Donald Trump. Já enfrentando 34 acusações em Nova York, Trump alega que o Promotor que propôs as ações é filiado ao Partido Democrata (o que é verdade) e que a tese jurídica que embasa o seu indiciamento é frágil, argumentos que parecem convencer parcela significativa do eleitorado sobre uma suposta “perseguição política” contra o ex-presidente. Só que agora, segundo a jornalista do El Pais, “algumas outras investigações pendentes avançaram substancialmente nas últimas semanas (…) Entre os casos que parecem ter feito mais progresso está a investigação do procurador especial Jack Smith sobre documentos confidenciais que o FBI encontrou em uma busca na mansão de Trump em Mar-a-Lago no ano passado, três meses depois que o Departamento de Justiça teria ordenado aos advogados de Trump que devolvessem quaisquer documentos confidenciais, material que o ex-presidente manteve em seu poder após deixar a Casa Branca. Policiais federais encontraram mais de cem papéis sigilosos. Um novo lembrete de que os problemas legais de Trump vão muito além do caso Stormy Daniels veio na quarta-feira. Aquele que foi seu vice-presidente, Michael Pence, anunciou que cumprirá uma ordem judicial e testemunhará perante um grande júri em outra investigação de Smith. Este, sobre o papel que o ex-presidente desempenhou no assalto ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e os esforços para impedir a transferência do poder para o vencedor das eleições, Joe Biden. A denúncia sobre um suposto envolvimento na invasão do Capitólio é a que mais preocupa Donald Trump pois a condenação por sedição é a única que pode afastá-lo da corrida presidencial.

Ataque contra a Mesquita de Al-Aqsa: Síria condena silêncio internacional

A agência SANA informa que o Ministério das Relações Exteriores da Síria condenou, nesta quarta-feira, o silêncio internacional em relação aos ataques israelenses contra fiéis na mesquita de Al-Aqsa. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores e Expatriados expressou a condenação da Síria aos ataques cometidos pelas forças do ocupante israelense contra fiéis na Mesquita de Al-Aqsa. “A Síria denuncia o contínuo silêncio internacional e a proteção desses crimes que visam inflamar a região e desviar a atenção da crise interna dos integrantes desta entidade (Israel)“, disse o comunicado, afirmando ainda que “os crimes do ocupante israelense em Al-Aqsa e na Palestina são inseparáveis de suas práticas no Golã árabe sírio e no restante dos territórios árabes ocupados, e de suas repetidas agressões contra territórios, civis e infraestrutura na Síria”.

CPPC: Adesão da Finlândia à Otan representa “séria ameaça à paz”

O Conselho Português Para a Paz e a Cooperação (CPPC) divulgou uma nota nesta terça-feira (4) afirmando que a entrada da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) “constitui um motivo de preocupação, pelo que representa de aumento de insegurança e acrescida ameaça à paz, atendendo ao carácter belicista desta organização, contrário aos princípios da paz, do desanuviamento, do desarmamento, consagrados na Carta da Organização das Nações Unidas e em diversos acordos internacionais (…) Os gastos militares combinados de todos os membros da Otan representam cerca de 70% do total de gastos militares de todo o mundo. Não satisfeita, a Otan pretende que os gastos militares dos países que a integram aumentem ainda mais, atingindo, no mínimo, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, até 2024“. As informações são do site abrilabril.

Por Wevergton Brito Lima

Encontre os números anteriores da Súmula Internacional na editoria Visão Global

 

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