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Argentina: Apesar de derrota eleitoral, peronismo diminui margem com direita macrista

Participação nas urnas foi de 71%, superando a eleição primária de setembro, quando derrota do FdT foi mais ampla / Foto: Marcelo Ochoa-Télam

O resultado da eleição legislativa da Argentina representou um cenário melhor que o esperado para a coalizão governista, a Frente de Todos (FdT). Com um melhor desempenho nas urnas, a FdT assegurou a primeira minoria na Câmara dos Deputados e conseguiu manter a presidência de Sergio Massa, ameaçada pelo Juntos pela Mudança (JxC).

Por Fernanda Paixão

A FdT terá 118 cadeiras a partir de dezembro, e a JxC, 116. O quórum necessário para os debates na Câmara é de 129 legisladores.

Apesar disso, será a primeira vez desde o reestabelecimento da democracia que o peronismo progressista não terá quórum no Senado, já que a derrota nas urnas custou seis das 15 cadeiras da coalizão a serem renovadas. A campanha da coalizão governista esteve centrada em reverter o resultado em duas províncias-chave: Chubut e La Pampa. Ainda assim, o JxC reafirmou o resultado da eleição primária e foi a primeira opção em ambas províncias, com 37,89% e 48,27% dos votos, respectivamente.

No sistema eleitoral argentino, o número de cadeiras é designado por província segundo a densidade demográfica correspondente, e segue o sistema de listas de candidatos. A cada eleição legislativa, metade das bancas são renovadas.

Participação do padrão eleitoral

A participação de 71% nas urnas superou o padrão eleitoral da eleição primária (PASO) de setembro (66%), um fator considerado chave para mudar o cenário revelado na PASO. A coalizão do presidente Alberto Fernández conquistou uma pequena margem de distância para o Juntos pela Mudança (JxC) na província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país e tradicionalmente mais próximo ao peronismo – e justamente por isso, a derrota do FdT nesse distrito foi recebida com especial assombro em setembro.

Nesta mesma província, a candidata do FdT, Victora Tolosa Paz, ficou em segundo lugar com 38,53% dos votos, apenas um ponto atrás do candidato Diego Santilli, do JxC, com 39,81%. A terceira força mais expressiva na província de Buenos Aires foi José Luis Espert, com 7,50%, representando o Avanza Libertad, coalizão de ultradireita encabeçada pelo economista Javier Milei. Em quarto lugar, a coalizão Frente de Izquierda ganhou duas cadeiras no Congresso com 6,82% dos votos, com o candidato Nicolás del Caño.

Com a sabida derrota após a PASO e um cenário melhor que o esperado, o clima no bunker do FdT foi de comemoração – com a ausência por recomendação médica de Cristina Kirchner, que passou por uma histerectomia no dia 4 de novembro.

Horas antes, o presidente Alberto Fernández destacou em uma mensagem gravada na sede presidencial em Olivos “o fim de um tempo difícil para o país“. “Com esta eleição, termina uma etapa muito dura do nosso país. Foi marcada pela crise econômica, herdada pelo governo que nos antecedeu; e pela crise sanitária“, disse.

O presidente destacou o crescimento de 9% da economia neste ano, e que o governo terá os próximos dois anos que restam desta gestão para “olhar para frente“. “Enviaremos ao Congresso um projeto que explicite o programa econômico plurianual“, destacou, apontando para a dívida com o Fundo Monetário Internacional contraída pela gestão do JxC, com Mauricio Macri na presidência. “Para quem diz que o problema com o FMI é resolvido em cinco minutos, devo dizer que negociar não é obedecer.”

Fonte: Brasil de Fato

 

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