China: EUA têm que detalhar as atividades dos laboratórios biomilitares na Ucrânia
“Por duas décadas, os Estados Unidos obstruíram exaustivamente o estabelecimento do mecanismo de verificação multilateral da Convenção sobre Armas Biológicas e se recusaram a aceitar a verificação de suas instalações biológicas, dentro e fora de suas fronteiras, o que agrava ainda mais as preocupações da comunidade internacional”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, comentou a descoberta de laboratórios biomilitares dos EUA na Ucrânia. “Recentemente, os laboratórios biológicos dos EUA na Ucrânia atraíram grande atenção de todas as partes. Segundo relatos, um grande número de vírus perigosos é armazenado nesses laboratórios biológicos, e a Rússia também descobriu, em operações militares, que os Estados Unidos estão usando essas instalações para realizar programas militares biológicos”, declarou o porta-voz em uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (8).
De acordo com os dados divulgados pelos Estados Unidos, o país possui 26 laboratórios biológicos na Ucrânia sob tutela do Departamento de Defesa. Todas as atividades de pesquisa que ali decorrem são supervisionadas pelos Estados Unidos e nenhuma informação pode ser divulgada sem a permissão do país.
“Tendo em conta a situação atual, a saúde e a segurança das pessoas na Ucrânia e nas áreas vizinhas, e até mesmo no mundo, pedimos a todas as partes interessadas que garantam a segurança desses laboratórios. Os Estados Unidos, como parte que conhece esses laboratórios melhor, devem divulgar os detalhes relevantes o mais rápido possível, incluindo quais os vírus armazenados e quais pesquisas que são feitas”, afirmou Zhao.
A atividade biomilitar dos EUA na Ucrânia é apenas a ponta do iceberg. O Departamento de Defesa dos EUA controla 336 laboratórios biológicos em 30 países do mundo supostamente para reduzir os riscos de biossegurança e fortalecer a saúde pública global.
Os Estados Unidos realizaram também um grande número de atividades militares biológicas na base de Fort Detrick dentro de suas fronteiras. “Qual é a real intenção dos EUA? O que fizeram exatamente?”. A comunidade internacional sempre teve essas dúvidas, e os EUA sempre deram uma resposta superficial. Apelidaram até o questionamento da comunidade internacional de “difusão de informações falsas”, acrescentou Zhao. “Por duas décadas, os Estados Unidos obstruíram exaustivamente o estabelecimento do mecanismo de verificação multilateral da Convenção sobre Armas Biológicas e se recusaram a aceitar a verificação de suas instalações biológicas, dentro e fora de suas fronteiras, o que agrava ainda mais as preocupações da comunidade internacional”.
“Uma vez mais, instamos os EUA a fazerem um esclarecimento abrangente sobre suas atividades de militarização biológica doméstica e estrangeira e a aceitarem uma inspeção multilateral”, disse Zhao.
Fonte: Diário do Povo online