China retalia EUA por perseguição à mídia chinesa
A China anunciou – nesta terça-feira (17) no horário brasileiro e na quarta-feira (18) no horário de Pequim – restrições a cinco organizações de imprensa dos Estados Unidos, em reciprocidade com as ações semelhantes recentemente tomadas contra seus escritórios de mídia em Washington.
O Ministério das Relações Exteriores chinês informou que os correspondentes do Voice of America, New York Times, Wall Street Journal, Washington Post e Time devem informar por escrito os detalhes de seu pessoal, finanças, operações e propriedades na China.
Foi exigido ainda que os jornalistas da mídia mencionada, cujas credenciais expirariam este ano, comparecessem ao Departamento de Informação em quatro dias e entregassem os documentos em 10 dias, já que não poderão mais trabalhar na China continental, Hong Kong e Macau.
Também se aplicará aos repórteres americanos contra-medidas semelhantes às restrições discriminatórias de visto enfrentadas por correspondentes chineses nos Estados Unidos.
O Ministério das Relações Exteriores argumentou que essas disposições são totalmente necessárias, legítimas e respondem à opressão irracional sofrida pelos meios de comunicação chineses na nação do norte.
Segundo a denúncia, os obstáculos da Casa Branca ilustram sua mentalidade, hipocrisia e preconceito ideológico da Guerra Fria, mas ao mesmo tempo prejudicam a reputação, a imagem, o trabalho e as trocas culturais da imprensa chinesa.
Entre outras questões, a chancelaria alertou para uma resposta mais forte se o tratamento hostil de seus jornalistas persistir, rejeitando a proliferação de notícias falsas e tendenciosas contra a China que violam a ética da profissão.
“Pedimos a imprensa e aos repórteres estrangeiros a desempenharem um papel positivo na promoção do entendimento mútuo entre a China e o resto do mundo”, concluiu o Ministério das Relações Exteriores.
Dessa maneira, o Ministério reagiu ao limite de 100 funcionários impostos no mês passado aos escritórios da agência Xinhua, televisão CGTN, estação China Radio International e jornais China Daily e People’s Daily instalados em solo americano.
A Casa Branca também os classificou como missões estrangeiras e, portanto, os obriga a seguir as mesmas regras das embaixadas e consulados, alegando que são controlados pelo governo chinês.
Ambos os movimentos fazem parte das ameaças que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, lançou no meio de um novo conflito que prejudica as complexas relações entre as principais economias do mundo.
Pequim protestou e revogou as credenciais de três correspondentes do Wall Street Journal, porque essa agência não pediu desculpas nem investigou os responsáveis pelo material intitulado ‘China, o verdadeiro paciente da Ásia’, o que causou indignação por sua abordagem depreciativa.
O termo ‘homem doente da Ásia’ foi usado de forma depreciativa no final do século XIX e início do século XX para se referir a China, que sofria divisões internas e tentativas de colonização pelas potências ocidentais, o que a forçou a assinar uma série de tratados para obter concessões comerciais.
Fonte: Prensa Latina