Epidemiologista chefe da China confiante em controlar a situação até final de abril
Na manhã desta quinta-feira (27), o Gabinete de Informação do Governo Municipal de Guangzhou organizou uma coletiva de imprensa para atualização da situação do coronavírus. Zhong Nanshan, o epidemiologista responsável pelas operações de combate ao novo coronavírus (COVID-19) na China, outrora também coordenador das operações de contenção da pneumonia atípica (SARS), respondeu a algumas perguntas da imprensa.
Na fase inicial da propagação da doença, as previsões mais radicais aventavam 160.000 infetados, influenciadas em parte pela migração massiva do Ano Novo Chinês. Depois de 15 de fevereiro, essas previsões, graças à atuação preponderante levada a cabo a nível nacional, foram reduzidas para 60.000 a 70.000, pelo que os números estão de acordo com a realidade atual. As autoridades esperam ter a situação controlada até o final de abril.
Zhong Nanshan afirmou também durante a coletiva que, embora tenha sido primeiramente detectado na China, não há certezas de que o coronavírus tenha origem no país.
O epidemiologista refere que 80% dos vírus originam de animais. A Universidade Agrícola do Sul da China detectou o vírus em morcegos e em pangolins (mamíferos que vivem em zonas tropicais da Ásia e da África).
“O vírus foi transmitido de pessoa para pessoa, mas não sabemos ainda ao certo a sua origem”, afirmou, aludindo à data em que os primeiros casos foram detectados, no final de dezembro.
Zhong diz que a prioridade agora é compreender a causa da morte dos infetados com o vírus. A melhor compreensão do vírus torna-se especialmente importante agora, que as empresas e as escolas começam gradualmente a retomar sua atividade.
Tendo a velocidade de contágio no resto do mundo superado a China, a comunidade internacional pode tentar adotar as medidas adotadas no país para conter rapidamente a propagação do vírus.
Zhong Nanshan está confiante que a normalidade possa ser totalmente reposta no final de abril, excetuando Wuhan, o epicentro do contágio, onde as medidas de isolamento são mais restritivas.
Com o deflagrar do contágio em grandes cidades no mundo, Zhong explica que a detecção tempestiva e isolamento são ainda as medidas mais eficientes a tomar. A organização hospitalar também desempenha um papel importante para garantir uma filtragem e alocação de recursos mais eficiente.
Fonte: Diário do Povo Online