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Harris-Trump, debate tenso, mentiras e acusações mútuas

A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, manteve o ex-presidente Donald Trump, seu rival republicano, na defensiva durante o aguardado debate televisionado antes das eleições de novembro.

O debate, realizado em horário nobre em Filadélfia, Pensilvânia, a 56 dias das eleições, foi o primeiro confronto direto entre os dois adversários. Harris tomou a iniciativa de cumprimentar Trump ao avançar para apertar sua mão e se apresentar.

Eles foram direto ao ponto: a economia. Ambos mostraram força, mas a democrata apresentou mais detalhes, e talvez essa tenha sido a diferença, já que enquanto ela afirmou ter um plano para os americanos, o republicano não apresentou elementos concretos sobre o que faria.

“Os americanos merecem algo melhor do que isso”, afirmou a vice-presidente, referindo-se a seu oponente, que, durante os 90 minutos do debate, repetiu falsas alegações sobre fraude eleitoral e não se comprometeu a respeitar o resultado das eleições de 2024.

“Eu não tive nada a ver com isso”, comentou Trump em outro momento, quando questionado se se arrependia de algo relacionado ao ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

No entanto, Harris lembrou que estava no Congresso naquele dia, como vice-presidente eleita e senadora, e “naquele dia, o presidente (Trump) incitou uma multidão“.

Entendemos que o ex-presidente foi acusado e julgado politicamente por essa razão, enfatizou Harris, insistindo que Trump “tem dificuldades em aceitar que perdeu” em 2020.

Sobre a questão do Oriente Médio, a candidata democrata reiterou sua posição de que Israel tem o direito de se defender, mas a guerra “precisa acabar imediatamente”. Trump não definiu sua posição claramente sobre o assunto.

Criminoso, mentiroso, foram alguns dos adjetivos usados por Harris para Trump; por sua vez, o ex-presidente chamou sua adversária de “fraca”.

Em um momento, Harris afirmou: “Você está competindo contra mim”, alertando sobre as constantes referências de Trump ao presidente Joe Biden, que deixou a corrida à reeleição em 21 de julho.

“Claramente, eu não sou Joe Biden e certamente não sou Donald Trump”, enfatizou Harris. O debate começou às 21h no horário local do Leste, entre os dois candidatos dos dois únicos partidos que disputam a Casa Branca a cada quatro anos.

Esta oportunidade que os colocou frente a frente quando faltam menos de dois meses para a eleição, foi organizada pela ABC e aconteceu no National Constitution Center, na Filadélfia.

Entre exageros e falsidades, Trump afirmou que Harris “é uma marxista” e que “criminosos continuam entrando (pela fronteira) e isso é ruim para nossa economia”.

O ex-presidente repetiu absurdos, como a alegação de que imigrantes estão comendo cães e gatos em alguns estados ou que aqueles que entram ilegalmente estavam em hospitais psiquiátricos em seus países de origem.

Por sua vez, a vice-presidente Harris alertou que “nós limpamos a bagunça que Donald Trump deixou“.

“Eu sou um livro aberto”, disse Trump, que também se vangloriou de que “fizemos um trabalho excepcional“.

De maneira geral, o debate oscilou entre temas como economia e impostos, migração e direitos reprodutivos, sendo este último um tópico que gerou muita tensão entre os dois. Trump ainda sugeriu que uma Terceira Guerra Mundial poderia acontecer.

Enquanto o debate ocorria sem público, protestos denunciavam a guerra de Israel contra a população palestina em Gaza e podiam ser ouvidos nas proximidades.

Os manifestantes, com faixas e cartazes com frases como “embargo de armas agora”, exigiam justiça.

Em termos de números, o impulso de Harris após substituir Biden na chapa não resultou até agora em uma vantagem dominante, com as pesquisas ainda dentro das margens de erro.

Para alguns observadores, a disputa acirrada mostra a persistente lealdade da base eleitoral de Trump, enquanto Harris tenta salvar uma eleição que parecia perdida para os democratas antes de Biden desistir de sua tentativa de reeleição.

O debate de 27 de junho entre Biden e Trump foi o que precipitou a saída histórica de Biden da corrida por um segundo mandato.

Fonte: Prensa Latina / Tradução com tradutor online e revisão da redação

 

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