Lavrov diz que EUA coloca em risco “estabilidade estratégica do mundo” e critica regime de Kiev
A saída dos Estados Unidos do Tratado de Armas Nucleares de médio e curto alcance (INF na sigla em inglês) será um golpe para o desarmamento e a estabilidade estratégica do mundo, disse nesta sexta-feira (18), em Moscou, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, que também criticou o governo neofascista ucraniano, aliado dos EUA e da União Europeia.
Estamos dispostos a continuar os contatos com a parte norte-americana para salvar este documento crucial de estabilidade estratégica, apesar do fracasso das negociações em Genebra, que foi causado pela política de ultimato de Washington, declarou Lavrov.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo alemão, Heiko Maas, Lavrov destacou, por outro lado, que a Alemanha foi convidada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa para participar como observadora das eleições ucranianas.
O chefe da diplomacia russa descreveu como negativa e contraproducente a decisão de Kiev de excluir das eleições de 31 de março quase três milhões de ucranianos que vivem na Rússia, onde nenhuma urna será habilitada.
Desta forma uma situação artificial é criada antes das eleições, em que o atual governo ucraniano desrespeita as normas democráticas mais elementares, afirmou.
Lavrov também estimou que diante da violação sistemática, por parte da Ucrânia, dos acordos de Minsk, para buscar uma solução pacífica para o conflito de Donbass, seria uma perda de tempo realizar uma reunião do Quarteto da Normandia.
Alemanha, França, Rússia e Ucrânia criaram o quarteto acima mencionado para evitar a influência destrutiva dos Estados Unidos na solução da disputa de Donbass. Naquela época, Washington apoiava abertamente uma solução militar para o conflito.
A Ucrânia se recusa a cumprir o princípio da separação de forças da linha de confronto e sob estas condições não se avançaria em nada, disse ele.
Aqueles no Ocidente que patrocinam o governo ucraniano, instalado em Kiev após um golpe em fevereiro de 2014, devem pressioná-lo a cumprir os acordos de Minsk, acrescentou.
Por outro lado, Lavrov também se referiu à questão da paz na Síria e denunciou que 70% da zona de distensão criada na província de Idleb é ocupada por formações terroristas.
O trabalho nesta zona de distensão é confiado à Turquia, que juntamente com o Irã e a Rússia formam a troika de garantidores da trégua em todo o território sírio, do qual se excluem as zonas ocupadas pelos terroristas e as zonas desmilitarizadas no país levantino.
Fonte: Prensa Latina – Tradução da Redação do i21