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“Missão deles falhou”: Lavrov comenta saída dos EUA do Afeganistão

Soldado do Exército Nacional do Afeganistão / Foto: © REUTERS - Mohammad Ismail

Situação atual no Afeganistão está piorando cada vez mais, disse nesta sexta-feira (16) o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

“Infelizmente, nos últimos dias, temos testemunhado uma rápida degradação da situação […]”, disse o chanceler russo na sessão plenária da conferência “Ásia Central e Sul Asiático. Interdependência Regional: Desafios e Oportunidades“.

O diplomata relacionou a situação com a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão. Em 8 de julho, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que os EUA vão terminar a retirada das tropas do Afeganistão até 31 de agosto. Anteriormente, a Casa Branca tinha estipulado que as forças norte-americanas deixariam o país até 11 de setembro. No momento, no país permanecem menos de 10.000 militares de países-membros da OTAN e parceiros da aliança, incluindo 2,5 mil americanos. Sua tarefa principal é a instrução e preparação das forças de segurança afegãs.

Na opinião de Lavrov, existe o risco de “alastramento da instabilidade aos países vizinhos”. Além disso, a crise afegã intensifica a ameaça terrorista e o problema do tráfico de drogas, o qual, sublinha, atingiu um nível sem precedentes.

Os americanos saíram, conforme confirmou o presidente [dos EUA Joe] Biden, porque consideraram sua missão cumprida. É claro, ele tentou apresentar a situação no tom mais positivo possível, mas todos entendem que a missão falhou. Isto é admitido abertamente, inclusive nos próprios Estados Unidos“, disse Lavrov aos jornalistas.

Moscou é a favor não só de um diálogo ativo entre os lados do conflito, mas também de novos formatos de negociações, disse em conclusão Sergei Lavrov.

O Afeganistão enfrenta um confronto entre forças governamentais e militantes do movimento Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países). O Talibã estabeleceu o controle sobre grandes territórios nas regiões rurais e começou uma ofensiva contra as principais cidades.

A instabilidade aumenta quando mais de aproxima o 31 de agosto, novo prazo limite para a retirada total das tropas, segundo o governo Biden.

O diretor do Segundo Departamento da Ásia do MRE russo, Zamir Kabulov, considera que a guerra pode durar mais dois meses, no entanto os Talibãs não conseguirão tomar todo o país, mesmo que já tenham ocupado quase metade dos distritos.

Fonte: Sputink News

 

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