Nota do PC do Chile comenta relatório de Michelle Bachelet sobre a Venezuela
O Partido Comunista do Chile divulgou, neste sábado (6), uma nota assinada por sua Comissão Política, onde comenta o relatório da Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela. Leia, abaixo.
Diante dos pedidos de vários meios de comunicação sobre o assunto, o Partido Comunista do Chile faz a seguinte declaração:
Tomamos conhecimento do relatório apresentado pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela, em que são feitas graves acusações e demandas ao Estado venezuelano.
É o governo da Venezuela que tem que responder, como fez em primeira instância, a tal relatório.
Nesse sentido, parece necessário esclarecer o que poderia ser entendido como inconsistências, contradições, pressupostos infundados e generalizações, o que significaria falta de imparcialidade no relatório.
Nos chama profundamente a atenção o fato de o Relatório da Alta Comissária não expressar qualquer condenação das tentativas de golpes de estado e das ameaças permanentes de intervenção militar na Venezuela; nem a atos de desestabilização de setores de oposição da extrema direita que causaram mortes. Não há um apelo enérgico para acabar com o cerco econômico e financeiro em direção àquele país, que só prejudica o povo da Venezuela: intervenção militar, golpes de Estado, pressões econômicas, que minam a essência dos direitos humanos de uma forma maciça, que são e devem ser altamente condenáveis.
No entanto, o Partido Comunista acredita que, como o governo venezuelano expressou, todos os esforços devem ser feitos para esclarecer a prática de atos que são prejudiciais aos direitos humanos e para preservar compromissos que assegurem sua observância.
Concordamos com que se tomem medidas para evitar o confronto e instalar um caminho de diálogo.
Entendemos que é uma tarefa difícil, enquanto persistam ingerências negativas, agressão econômica ou ameaças de intervenção violenta.
É o próprio povo da Venezuela quem tem a decisão soberana de acordo com sua Constituição, leis e institucionalidade.
Comissão Política do Partido Comunista do Chile
Santiago do Chile, 6 de julho de 2019