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Parlamento da União Europeia suspende ratificação de acordo comercial com a China

O Parlamento Europeu votou pela suspensão da ratificação de um acordo de investimento com a China visto que as relações entre os dois lados se deterioram.

Em 20 de maio, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução para congelar a ratificação do Acordo Abrangente de Investimento (CAI, na sigla em inglês – Comprehensive Agreement on Investment) em resposta às sanções chinesas a supostos defensores dos direitos humanos europeus que alegavam perseguições étnicas em Xinjiang. A votação passou com 599 votos a favor, 30 votos contra e 58 abstenções.

Se aprovado, o acordo tornaria mais fácil para as empresas europeias e chinesas conduzirem negócios entre si. No entanto, o agravamento das relações entre a UE e a China colocou em questão o futuro do CAI – que está a ser construído há mais de sete anos.

O que é o Acordo Abrangente de Investimento UE-China?

O CAI foi criado para facilitar o comércio e o investimento entre empresas europeias e chinesas nas respectivas jurisdições.

Para as empresas europeias, o acordo iria mais longe do que a maioria dos acordos da China com outros países para abrir os mercados do país ao investimento estrangeiro.

Embora o CAI tenha sido suspenso, ele ainda pode ser ratificado se as tensões geopolíticas forem resolvidas.

Em abril, depois que a China já havia sancionado as autoridades da UE, Merkel ainda pressionou pelo acordo, chamando-o de “pedra angular” das relações econômicas. Mais tarde, em maio, Merkel disse: “Apesar de todas as dificuldades que certamente surgirão com a ratificação, é um empreendimento muito importante”.

No entanto, independentemente de o CAI ser ou não adotado, os céticos argumentam que o acordo não é tão impactante quanto seus defensores sugerem.

Alguns dos compromissos incluídos pelo CAI já existem em outros lugares. Muitos Estados membros individuais da UE já têm acordos bilaterais com a China. Dos 27 estados membros da UE, a Irlanda é o único que não possui um acordo bilateral de investimento com a China.

Mesmo sem o CAI, em 2020 a China ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior parceiro comercial da UE, com os dois lados registrando US$ 709 bilhões em comércio. Embora o CAI possa impulsionar o comércio e os investimentos, não é uma pré-condição para isso.

Disputas políticas representam riscos para as empresas europeias que operam na China, mas os laços econômicos provavelmente continuarão a se aprofundar, independentemente do destino do CAI.

Fonte: China Briefing

 

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