PC da Argentina sobre Prosur: “Novo formato, velha política”
O projeto do chamado Prosur, suposto mecanismo de integração nacional da América do Sul, foi lançado nesta sexta-feira (22) em Santiago (Chile) por sete países: Argentina, Chile, Paraguai, Peru, Colômbia, Equador, Brasil e Guiana. A iniciativa de governantes de direita e extrema-direita nasce cercada de polêmica. Para o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que não compareceu à reunião, o Prosur não tem razão de ser já que a região já conta com fortes mecanismos de integração regional como o Mercosul e a Celac. Analistas apontam que o traço principal de união entre os sete mandatários impulsionadores do Prosur é a submissão à Trump, aspecto no qual, no entanto, o presidente brasileiro é imbatível.
O Partido Comunista da Argentina (PCA), em nota emitida por seu secretariado, considera que o Prosur buscará ser a sustentação “das velhas políticas de dependência e submissão às ordens de Washington”. Leia abaixo a íntegra da nota do PCA traduzida pela redação do i21.
Prosur: Novo formato, velha política
Com um novo formato, agora chamado Prosur, os governos de direita de nossa região, desta vez através da iniciativa do pós-pinochetismo chileno, se dispõem a sustentar as velhas políticas de dependência e submissão às ordens de Washington.
O encontro, feito apressadamente na capital transandina, acontece em um momento de forte ofensiva de Washington na América Latina e no Caribe, focado em atacar a República Bolivariana da Venezuela e também nossas irmãs Cuba, Nicarágua e Bolívia. E depois de ter fracassado em suas tentativas de utilizar a OEA e o nefasto “Grupo de Lima”.
Em vez de defender a Pátria Grande diante das fortes ameaças lançadas pelo governo de Donald Trump, desde a lógica da Doutrina Monroe, esses governos, incluindo Mauricio Macri, da Argentina, se oferecem para seguir disciplinadamente as ordens do Norte.
São aliados de segunda classe do projeto de militarizar a região, de submeter-nos a ação da espionagem estrangeira, de apropriar-se dos recursos naturais, de nos aplicar as políticas antipopulares do FMI e de nos impor o papel de quintal do império.
As forças populares do continente devem se unir e lutar firmemente para reconstruir o projeto de unidade e integração latino-americana e caribenha que se pôde construir desde a CELAC, UNASUL e outras iniciativas independentes de integração, o único caminho possível para um papel ativo e autônomo nesta parte do mundo em um cenário internacional que está registrando uma tendência de multipolaridade e poli centrismo.
Secretariado Nacional do Partido Comunista da Argentina