Regime ucraniano proíbe jornal de oposição
Está proibido de ser publicado o mais antigo jornal em circulação na Ucrânia, o Jornal dos Trabalhadores (Rabochaya Gazeta), de acordo com sentença emitida nesta quarta-feira (27) pelo Sexto Tribunal Administrativo de Apelação, informa o Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista da Ucrânia. Segundo texto do PCU, o “Jornal dos Trabalhadores é o único jornal em oposição ao regime oligarca-nazista, revelando a situação das classes trabalhadoras, opondo-se ativamente à ‘fascistização’ do poder público, contra a glorificação dos criminosos nazistas e seus cúmplices da OUN-UPA (1), defendendo o fim do Guerra civil no Donbass desencadeada por Kiev oficial após o golpe militar de 2014 e a tomada do poder pelo triunvirato de oligarcas, neonazistas e gangsteres”.
Militância do PC da Ucrânia
Para o combativo partido do proletariado ucraniano: “apesar das expectativas dos eleitores que votam contra as políticas adotadas pelo regime anterior de Poroshenko nas eleições presidenciais e parlamentares de 2019, o curso político do ‘novo’ governo não mudou. Portanto, o ‘Jornal dos Trabalhadores’ de oposição, levando a palavra da verdade aos trabalhadores, também é odiado pelo novo governo, como por seus antecessores (…) Hoje, quando o Gabinete do Presidente e os deputados da Verkhovna Rada (2) se preparam para aprovar uma lei que destrói completamente a liberdade de expressão e introduz a censura total da mídia, o fechamento do ‘Jornal dos Trabalhadores’ deve ser considerado como uma preparação no caminho para a adoção de uma lei antidemocrática”.
O PCU apela à solidariedade das forças progressistas, dos partidos comunistas e operários e solicita que seja feita a denúncia desta arbitrariedade nos parlamentos nacionais e no parlamento europeu.
Notas
1 – OUN-UPA – Organização dos Nacionalistas Ucranianos-Exército Insurgente da Ucrânia, grupo terrorista neonazista.
2 – Verkhovna Rada – Conselho Supremo, órgão legislativo da Ucrânia. Eleito sob leis que excluíam os comunistas da disputa, o parlamento é dominado pelos neofascistas.
