Senado inicia julgamento de impeachment e Trump sofre revés
O julgamento pelo Senado do impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump, começou nesta quinta-feira (16), ao mesmo tempo em que um órgão de fiscalização do Congresso considerou que a Casa Branca violou a lei ao reter ajuda de segurança para a Ucrânia aprovada pelo Congresso.
A avaliação do Gabinete de Prestação de Contas do Governo (GAO, na sigla em inglês), órgão não-partidário do Congresso, foi um revés para Trump, embora não esteja claro se o parecer será usado no julgamento no Senado, que é controlado pelos republicanos, uma vez que seguem indefinidas questões-chave, como se testemunhas prestarão depoimento ou se novas evidências serão consideradas.
Órgão do Congresso, o GAO é visto como uma importante agência de auditoria para o governo federal que aconselha parlamentares e várias entidades governamentais.
O democrata Adam Schiff, que chefia uma equipe de sete membros da Câmara dos Deputados que atuará como promotores no julgamento, compareceu ao Senado para ler as duas acusações aprovadas pela Câmara em 18 de dezembro, acusando Trump de abuso de poder e obstrução do Congresso decorrente de suas relações com a Ucrânia.
O presidente da Suprema Corte, John Roberts, vestindo sua toga preta, foi levado ao Senado por quatro parlamentares veteranos. Ele fez o juramento para presidir o julgamento e depois conduziu os juramentos dos senadores reunidos, instruindo-os a levantar a mão direita e perguntando se juravam fazer “justiça imparcial de acordo com a Constituição e as leis”.
As declarações de abertura do julgamento devem ocorrer na próxima terça-feira. O Senado deve absolver Trump, já que nenhum dos 53 senadores republicanos expressou apoio à sua remoção do cargo, um passo que exigiria uma maioria de dois terços. Trump nega irregularidades e considera o processo de impeachment uma farsa.
Os democratas defenderam que o relatório do GAO mostra a importância de testemunhas e da consideração de novos documentos no julgamento pelo Senado.
“Isso reforça, novamente, a necessidade de documentos e testemunhas oculares no Senado”, disse a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, em entrevista coletiva.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, tem dito que os senadores devem considerar apenas as evidências reunidas pela Câmara.
Fonte: Reuters