Visão Global

Twitter, Facebook e Instagram bloqueiam contas de Trump

Empresas reagem a postagens em que o presidente se dirige a apoiadores que atacaram o Capitólio.

As redes sociais Twitter e Facebook, que também controla o Instagram, bloquearam temporariamente as contas de Donald Trump após os atos de violência no Congresso dos Estados Unidos, em Washington, nesta quarta-feira (6), em um gesto inédito que atinge a forma preferida do presidente americano de se comunicar com o público.

O bloqueio se deve a postagens nas quais Trump se dirige a seus apoiadores que atacaram o Congresso e que, segundo as empresas, violaram as regras das redes sociais.

A invasão do Capitólio interrompeu a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro, e a cerimônia só foi retomada depois de o prédio ter sido liberado por forças de segurança.

As postagens de Trump

Mais de duas horas após a invasão do Capitólio, Trump divulgou um vídeo no Twitter e no Facebook no qual dizia, sem provas, que a eleição havia sido fraudada e pedia que seus apoiadores voltassem para casa.

Eu conheço a sua dor. Sei que vocês estão machucados. Tivemos uma eleição que foi roubada de nós. (…) Mas vocês precisam ir para casa agora. Precisamos ter paz. Precisamos ter respeito à lei e ordem (…) Nós os amamos, vocês são muito especiais“, afirmou o presidente.

Mais tarde, Trump voltou a se manifestar no Twitter, de maneira a parecer defender a iniciativa dos invasores. “Há coisas e eventos que acontecem quando uma vitória eleitoral esmagadora e sagrada é retirada sem cerimônia e cruelmente de grandes patriotas, que vêm sendo tratados de forma má e injusta por tanto tempo. Vão para casa com amor e em paz. Lembrem-se deste dia para sempre!“, escreveu.

A reação

Inicialmente, o Facebook informou que suspenderia as contas de Trump, inclusive a do Instagram, por 24 horas. Depois, mudou esse status para “indefinidamente”, segundo post do presidente da empresa, Mark Zuckerberg.

Após Trump ter postado o vídeo se referindo à invasão do Congresso, o Twitter bloqueou a sua conta por 12 horas e afirmou que houve “violações repetidas e severas à nossa política de integridade cívica“.

A empresa também requisitou que três posts do presidente, incluindo o vídeo, fossem deletados por ele, e ameaçou bloquear permanentemente a conta. Os posts foram mais tarde removidos pela equipe de Trump, afirmou a rede social.

Em seguida, o Twitter afirmou que novas violações às suas regras por Trump levariam à suspensão permanente da conta do presidente.

A provedora de comércio eletrônico Shopify, que hospeda as lojas online de mercadorias de Trump, também decidiu suspender as páginas do presidente.

As páginas shop.donaldjtrump.com e trumpstore.com estavam fora do ar depois do comunicado da empresa alegar que “não tolera apoio ou aceitação do uso da violência em defesa de uma causa“.

A decisão do Facebook e do Twitter está provocando uma forte discussão em torno da liberdade de expressão, seus limites e sobre a responsabilidade das próprias empresas na constante difusão de “fake news”.

Com informações da Agência DW

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