Uruguai desmascara demagogia da OEA contra a Venezuela
Nesta quarta-feira (27), o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou novo apelo para permitir a entrada de uma suposta “ajuda humanitária” na República Bolivariana da Venezuela, pretexto para gerar conflitos nas fronteiras do país irmão e justificar uma agressão armada. O Uruguai e outros quatro países votaram contra. Ao apresentar uma emenda ao texto original, o Uruguai ajudou a desmascarar os verdadeiros objetivos escondidos atrás da fachada de “ajuda humanitária”.
A resolução intervencionista foi aprovada com 19 votos favoráveis (Argentina, Bahamas, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, e Santa Lucia) e 8 abstenções.
Além do Uruguai, votaram contra a resolução: Antígua e Barbuda, Nicarágua, São Vicente e Granadinas e Venezuela.
O embaixador do Uruguai junto à OEA, Hugo Cayrús, atacou a proposição, que segundo ele “carece de equilíbrio e, portanto, consideramos que não contribui para o objetivo proposto de melhorar a situação do povo venezuelano”, afirmou.
Hugo Cayrús denunciou que a proposta teve origem em outros espaços que não a OEA, referindo-se evidentemente a articulações como o chamado Grupo de Lima e o polêmico projeto Prosul, cujas marcas principais são a obediência servil aos ditames de Washington.
“O Uruguai se opõe à adoção de projetos de resolução negociados fora das áreas formais da OEA e que já estão acordados, já que esse procedimento é contra o funcionamento democrático da organização”, argumentou, acrescentando que “o uso de práticas parciais de geração de consenso em grupos ou blocos informais que buscam chegar a um acordo sobre posições e negociar maiorias fora da esfera natural de negociação, minam e enfraquecem o papel do Conselho Permanente”.
O Uruguai solicitou então a inclusão de uma emenda à resolução, acrescentando a definição da ONU sobre ajuda humanitária, o que exige que a entrega da ajuda seja feita pela Cruz Vermelha, de forma imparcial e que tenha o consentimento do país a que se destina.
A derrota desta proposta (com 20 votos contra) ajudou, no entanto, a revelar a verdade: negando-se a cumprir preceitos básicos, consolidados e consensuais no direito internacional na definição do que é uma verdadeira ajuda humanitária, os países proponentes mais uma vez deixam cair a máscara de uma falsa “ajuda humanitária”, que ao contrário de alívio e apoio ao povo venezuelano, trará apenas mais tensão e elevará o perigo de conflitos e guerra.
Wevergton Brito Lima, editor do i21, com informações do El Pais