Veto ao petróleo russo e possível efeito bumerangue para Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, busca mercados alternativos após a proibição das importações de petróleo da Rússia e seu consequente impacto na alta dos preços dos combustíveis nos EUA.
No entanto, a tarefa é um pouco difícil para o governante democrata, que até agora não apresentou uma estratégia concreta para evitar que sua decisão acabe nos bolsos dos americanos.
Por enquanto, os líderes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos rejeitaram contatos da Casa Branca para discutir o assunto, segundo o The Wall Street Journal.
O governo anunciou que está negociando com a Venezuela sobre questões de “segurança energética”, e o presidente Nicolás Maduro afirmou sua disposição de vender petróleo aos Estados Unidos “para a estabilidade do mundo“, apesar de Biden ter estendido a ordem executiva que considera o país sul-americano uma ameaça à segurança nacional estadunidense.
As medidas punitivas contra o setor de energia da Rússia supostamente buscam “dar outro duro golpe” contra o presidente Vladimir Putin por sua operação militar especial na Ucrânia, segundo Biden, mas podem ter um efeito bumerangue no ocupante do Salão Oval.
O valor da gasolina atingiu uma marca histórica na terça-feira, subindo para US$ 14,17 o galão e esse pico, junto com o de outros bens, pode representar um obstáculo para os democratas antes das eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para novembro.
Os republicanos, que pressionaram pela proibição da compra de petróleo russo, culparam o chefe da Casa Branca por ajudar a aumentar os preços e usarão esse argumento para ganhar votos nas próximas eleições.
Na tentativa de reduzir o custo político da rejeição do petróleo russo, nesta terça-feira, seis governadores democratas pediram ao Congresso a suspensão do imposto federal sobre a gasolina, que desde 1993 está fixado em 18,4 centavos de dólar por galão.
Embora a Rússia contribua apenas com uma pequena fração do petróleo importado pelos EUA, Biden reconheceu que a punição do governo russo teria um custo para os cidadãos da nação do norte.
É por isso que ele tentou evitar ser culpado pelas consequências e chamou de “aumento de preços de Putin”, em referência ao presidente russo, e mais tarde em declarações à imprensa durante uma visita ao Texas expressou que “a Rússia é a responsável”.
O futuro político imediato dos Estados Unidos vai girar em torno deste ponto: se os motoristas incomodados com os preços máximos da gasolina culpam Putin ou Biden, resumiu a rede de televisão CNN em uma análise divulgada nesta quarta-feira (9).
O conflito na Ucrânia, exacerbado pelo papel do governo dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte, representa outro desafio extremo internamente para Biden, que desde a posse vê seus índices de aprovação despencarem.
Fonte: Prensa Latina