Visita de Trump renova sentimento anti-EUA no Iraque
A visita relâmpago ao Iraque do presidente Donald Trump, no dia 25 de dezembro, avivou a rejeição de parlamentares locais à presença de tropas estadunidenses no país árabe.
“Arrogância” e “violação da soberania nacional” foram algumas das expressões usadas por deputados iraquianos, depois da reunião de Trump com militares estadunidenses na base aérea de Al-Asad.
De acordo com a agência Reuters, Trump afirmou que não tem planos de retirar os militares que estão no Iraque, acrescentando que poderia usar o território iraquiano como base “para se quisermos fazer alguma coisa na Síria”.
As viagens dos presidentes norte-americanos a regiões em conflito costumam ser feitas sob estritas medidas de segurança e a do magnata não foi exceção, acontecendo em um contexto político contrário à permanência estrangeira no Iraque.
A maneira brusca como ocorreu a visita deixou legisladores iraquianos incomodados e com opiniões desfavoráveis sobre a invasão e ocupação do Iraque por uma aliança anglo-norte-americana em 2003.
“Trump precisa saber seus limites. A ocupação estadunidense do Iraque terminou”, expressou Sabah Al-Saidi, chefe de um dos dois blocos principais no parlamento.
“O magnata, agregou, se deslocou para o Iraque, como se fosse visitar um território dos Estados Unidos”.
Vários legisladores iraquianos condenaram a viagem de Trump, que não se reuniu com nenhum funcionário público e só falou por telefone com o primeiro-ministro Adel Abdul-Mahdi.
Uma reunião planejada entre eles foi cancelada por uma diferença de pontos de vista sobre os temas, segundo o escritório de Abdul-Mahdi.
Por enquanto, a presença inesperada do presidente norte-americano poderia desencadear consequências imprevisíveis, entre outras, um debate no parlamento para expulsar o Pentágono do país.
“O Iraque não deve ser uma plataforma para os estadunidenses ajustarem contas com os russos ou iranianos”, indicou Hakim Al-Zamili, do bloco parlamentar Islah.
As tropas estadunidenses se mantêm no Iraque como parte de uma coalizão internacional que alegadamente combate o grupo terrorista Estado Islâmico.
O Pentágono retirou suas forças em 2011 após a invasão e ocupação de 2003, mas voltou em 2014 com apoio do governo iraquiano com o pretexto de combater os grupos radicais.
Com Prensa Latina e Reuters