Solidariedade

Conselho Mundial da Paz apela pelo diálogo e contra a ingerência nas tensões Azerbaijão-Armênia

O conflito em Nagorno-Karabakh, entre Armênia e Azerbaijão, no sul do Cáucaso, arrasta-se desde a dissolução da União Soviética e ficou “congelado” desde o cessar-fogo de 1994, após confrontos que provocaram a morte de milhares de pessoas. Entre frequentes escaladas, em julho de 2020, 16 pessoas morreram e as hostilidades diminuíram, mas neste fim de semana, as tensões ressurgiram. Na possibilidade de retorno à guerra, o Conselho Mundial da Paz (CMP) emite um apelo, nesta segunda-feira (28), por diálogo e contra a ingerência externa. Leia a seguir:

Declaração do CMP sobre a recente intensificação das tensões entre Azerbaijão e Armênia

O Conselho Mundial da Paz (CMP) expressa sua profunda preocupação pela recente escalada das tensões entre Azerbaijão e Armênia, em disputas transfronteiriças na região de Nagorno-Karabakh, que resultaram em fatalidades dos dois lados, inclusive de civis. Este conflito, originado há mais de 30 anos, é uma questão complicada em que várias potências regionais e globais têm envolvimento indireto.

O CMP denuncia e condena toda a intervenção estrangeira, seja ela de provocação e intensificação das tensões ou de participação direta ou indireta no próprio conflito, e exige o fim das ações tomadas por certas forças até o momento.

Não é segredo que a área específica e a região mais ampla são de interesse geoestratégico de países poderosos e pelo controle de recursos energéticos e vias, como se observa no Oriente Médio, Norte da África e o Mar Mediterrâneo oriental.

O CMP está ciente do histórico completo do território disputado e preocupa-se com as sérias consequências que a deflagração do conflito entre os dois países tem, para os seus povos e para os povos de uma região já conturbada.

Reconhecendo a muito real possibilidade de tal escalada do conflito para uma guerra de maiores proporções, o CMP insta:

  • A um cessar-fogo imediato pelo fim de todas as hostilidades;
  • Ao retorno ao diálogo entre as partes envolvidas, para que busquem uma resolução política e negociada para o conflito;
  • A mobilização ativa das forças da paz nos dois países e na região mais abrangente para impedir que a histeria beligerante se estabeleça e para promover a possibilidade de uma resolução pacífica.

O CMP acredita que apenas o acima pode oferecer caminho adiante nos interesses do povo do Azerbaijão e da Armênia contra os planos imperialistas e pela paz na região.

Secretariado do CMP
Atenas, 28 de setembro de 2020

Fonte: Cebrapaz

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