Conselho Mundial da Paz emite declaração sobre a situação na Palestina
O Conselho Mundial da Paz (CMP), entidade internacionalista e anti-imperialista emitiu neste domingo, 8, uma declaração sobre a situação na Palestina, reiterando a sua posição pelo fim imediato da ocupação israelense e pelo estabelecimento do Estado soberano da Palestina. Leia o texto a seguir.
Declaração do CMP sobre os eventos na Palestina
O Conselho Mundial da Paz expressa a sua profunda preocupação pelo ciclo de derramamento de sangue na Palestina e Israel que já causou a perda de vidas de centenas de civis dos dois lados, assim como milhares de feridos. Como CMP, afirmamos claramente que a causa de fundo para esta escalada é e continua sendo a ocupação israelense de terras palestinas, que já dura décadas, as políticas de assentamento, roubo de terras, o muro de separação na Cisjordânia e a humilhação, assédio e assassinato diários dos Palestinos e o regime de ocupação, os milhares de prisioneiros palestinos, os bloqueios das estradas, a discriminação e a privação dos direitos inalienáveis do povo palestino ao seu próprio estado.
Não seria razoável esperar que a injustiça acumulada e a ocupação não fossem provocar e produzir reações do povo palestino, que tem o direito legítimo a resistir à ocupação, como claramente afirmado pelo direito internacional. O atual governo de Israel, na esteira dos anteriores, intensificou ainda mais as provocações na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental, e contra as vidas de milhões na Faixa de Gaza, que é uma “prisão a céu aberto”.
A decisão por acabar com as atuais hostilidades cabe ao governo israelense, que tenta tomar vantagem da situação com bombardeios pesados à Faixa de Gaza, enquanto também têm graves a pesadas responsabilidades os EUA, a União Europeia e os seus aliados na região e no mundo, que não só apoiam e endossam a ocupação em curso e todas as suas ações, mas também falam hoje, hipocritamente, sobre o “direito à autodefesa” de Israel, provocativamente negligenciando qualquer direito similar do povo palestino.
O governo de Israel é de fato hostil até mesmo contra o seu próprio povo (judeus e árabes) com a ocupação contínua da Palestina. A atual escalada prova que negar o direito à autodeterminação do povo palestino não dá espaço à paz ou à estabilidade em toda a região, especialmente nestes momentos, quando existe o risco de uma guerra regional.
O CMP reitera e sublinha a sua demanda pelo fim da ocupação de todos os territórios palestinos por Israel, o estabelecimento de um Estado da Palestina independente, com as fronteiras anteriores à guerra de junho de 1967, com Jerusalém Oriental como a sua capital. Exigimos a libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos das prisões israelenses e o direito ao retorno de todos os refugiados palestinos, de acordo com a resolução 194. A ocupação e a injustiça não podem durar para sempre!
Secretariado do CMP, 8 de outubro de 2023
Fonte: Cebrapaz