Súmula Internacional

Súmula Internacional 19 – Zelensky diz que teve conversa “longa e significativa” com Xi Jinping

Agências de notícias informam que o presidente chinês, Xi Jinping, conversou nesta quarta-feira (26) por telefone com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky. O jornal Le Monde e a agência FP detalham, citando a emissora chinesa CCTV, que “Xi Jinping teve uma ligação com o presidente ucraniano Zelensky“. Durante a ligação, Xi disse a Zelensky que “conversas e negociações” eram a “única saída” da guerra, informou a CCTV. Já Zelensky declarou que o telefonema foi “longo e significativo”. “Tive um telefonema longo e significativo com o presidente Xi Jinping, acredito que esta ligação, assim como a nomeação do embaixador da Ucrânia na China, dará um poderoso impulso ao desenvolvimento de nossas relações bilaterais“, disse Zelensky em um tweet, depois da chamada, segundo o Le Monde/FP.

Biden: A aposta na polarização com Trump

O presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou oficialmente, nesta terça-feira (25), que será candidato à reeleição na disputa de 2024. E se existe alguém que está torcendo para que Donald Trump vença as primárias do Partido Republicano, é Joe Biden. O vídeo, com pouco mais de três minutos, em que anuncia sua candidatura, tem como eixo estruturante a disputa com Trump. As imagens de abertura do vídeo mostram a invasão do capitólio e no discurso são enfileirados todos os temas identitários e anti-Trump. Trecho: “extremistas do Maga (‘Make America Great Again’, lema de Trump que virou nome de seu movimento político) estão se aliando para tomar suas liberdades fundamentais, cortando a seguridade social pela qual você pagou por toda a sua vida, enquanto cortam impostos para os muito ricos, ditando as decisões de saúde que as mulheres podem tomar, proibindo livros e dizendo às pessoas quem eles podem amar“. Kamala Harris, também comporá a chapa de reeleição como vice-presidente. Como já reportamos na Súmula Internacional do dia 24/04, diversas pesquisas apontam que parte significativa dos eleitores estadunidenses quer uma alternativa à polarização Biden-Trump. Na edição desta quarta-feira, a Folha de S. Paulo cita pesquisa do canal NBC divulgada no domingo (23) apontando que 70% não querem que Biden concorra —para 48% deles, a idade avançada é o principal problema (ele terá 81 anos em 2024). Por outro lado, 60% dos eleitores também não querem Trump. No entanto, caso as coisas sigam o curso normal da política (o que nem sempre ocorre) dificilmente Biden deixará de ser o candidato democrata e Trump o escolhido pelo Partido Republicano.

Lavrov: Mundo em novo limiar, talvez mais perigoso que na Guerra Fria

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em pronunciamento nesta terça-feira perante o Conselho de Segurança da ONU, declarou que o mundo está em um momento crítico, “os Estados Unidos e seus aliados estão abandonando a diplomacia e exigindo que as relações sejam resolvidas no campo de batalha“. Para o ministro russo, o mundo chegou a uma situação perigosa: “Como aconteceu na Guerra Fria, chegamos a um limiar ameaçador, possivelmente ainda mais perigoso”, disse ele.

Cebrapaz faz novo pronunciamento sobre o conflito na Ucrânia

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), divulgou, nesta terça-feira, uma nota de sua Direção Nacional sobre o desenvolvimento do conflito militar entre Rússia e Ucrânia “que também tem como protagonistas os Estados Unidos e a União Europeia”. A entidade enfatiza que “todas as tentativas de estabelecer a paz – como as negociações na Bielorrússia e na Turquia, tão logo iniciou o conflito, ou agora, com as propostas de paz da China e do Brasil – têm esbarrado na intransigência dos EUA/OTAN, que não se importam com o morticínio que acontece e forçam a Ucrânia a prolongar o confronto (…) Defendemos com veemência a abertura de negociações de paz, cuja mediação deve ser conduzida por países alheios a esse conflito e compromissados com a paz e um urgente cessar-fogo”. Leia a íntegra da nota neste link.

China e Vietnã: aparando arestas

No dia 20 de abril, Doan Khac Viet, vice-porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Vietnã, criticou a “proibição de pesca” imposta pela China no Mar do Leste que, segundo ele, viola a soberania do Vietnã sobre Hoang Sa, bem como seus direitos de soberania e jurisdição sobre as águas e a zona econômica exclusiva definida de acordo com a Convenção das Nações Unidas de 1982 sobre o Direito do Mar. O governo chinês agiu rápido e pediu que Hanói enviasse um representante a Pequim para discutir as relações sino-vietnamitas. A enviada, Truong Thi Mai, membro permanente do Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã (PCV) e chefa da Comissão de Organização do Comitê Central reuniu-se nesta quarta-feira diretamente com Xi Jinping, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e presidente chinês. Os resultados da reunião ainda não foram divulgados, mas a sua realização rápida e a intervenção de Xi Jinping em pessoa revelam o cuidado da China com o tema, buscando evitar que a polêmica entre os dois países socialistas seja instrumentalizada pelo imperialismo nesta questão sensível do Mar do Sul da China.

Entendendo o conflito territorial entre Venezuela e Guiana

O conflito territorial entre Venezuela e Guiana sobre a área situada a oeste do rio Esquibo data do século 19. A primeira reclamação venezuelana foi em 1841 e contou com o apoio dos Estados Unidos. Em fevereiro de 1966 é firmado o “Acordo de Genebra” entre Reino Unido e Venezuela, com os britânicos reconhecendo o direito da nação sul-americana ao território. A Guiana, que era colônia do Reino Unido, conquista sua independência três meses depois e passa a ser signatária do acordo, que depois rompe. O jornalista Marcos Salgado, correspondente da HispanTV na Venezuela, chama a atenção para dois aspectos importantes da disputa: 1º – A dimensão: “a área disputada, de mais de 159.000 km2, representa três quartos de todo o território da República da Guiana e mais de 17% do território venezuelano, é um pouco menor que o território do Uruguai e maior que o da Nicarágua (o maior país da América Central)”; 2º – Interesses econômicos em jogo: “nos últimos anos foram certificadas importantes reservas de petróleo offshore (estimadas em 11 bilhões de barris), em águas adjacentes ao território em disputa. Nisso aparecem os Estados Unidos, que conquistam as licenças de exploração nessas águas (Exxon Mobile), concedidas pela Guiana. Assim, os Estados Unidos estão agora promovendo a estratégia perante a Corte Internacional de Justiça para resolver a ação em favor da Guiana e consolidar posições no nordeste da América do Sul”. A Venezuela diz que a questão não pode ser resolvida judicialmente pois existe o Acordo de Genebra. No entanto, a Corte Internacional de Justiça da ONU (CIJ), em decisão de 6 de abril, resolveu que tem competência para julgar o caso. A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, reafirmou que o país segue considerando o Acordo de Genebra como único mecanismo válido para resolver a disputa e disse buscar “uma solução prática e satisfatória para ambas as partes“.

Quênia: Quase 90 mortes provocadas por seita cristã

Pastor Paul Mackenzie

Autoridades quenianas elevaram esta terça-feira para 75 os corpos encontrados em valas comuns em terrenos utilizados por uma seita cristã no norte do país, a Igreja Internacional das Boas Novas. Com esta nova descoberta chega a 89 o número de mortes – incluindo muitas crianças – nas atividades deste grupo, chefiado pelo pastor Paul Mackenzie. O pastor pede a seus seguidores que jejuem até a morte para “encontrar Jesus Cristo”. A mídia do Quênia relata o caso de uma fiel que cerrou a boca e se recusou a ser alimentada, quando encontrada por uma equipe de resgate. De acordo com a Cruz Vermelha queniana, 212 fiéis da “Igreja” foram registrados como desaparecidos. Paul Mackenzie, que está preso, difunde um programa intitulado “Mensagem dos últimos tempos“, onde defende, por exemplo, que as crianças não devem ser escolarizadas pois isso não estaria previsto na Bíblia. Não podemos deixar de nos espantar com fatos como estes e de pensar que, se a Igreja Internacional das Boas Novas atuasse no Brasil, era capaz de possuir rede de TV e Rádio e eleger uma bancada no Congresso.

Colômbia: Cuba sediará 3º ciclo dos diálogos para a paz entre governo e ELN

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, anunciou nesta terça-feira que Cuba sediará em 2 de maio o 3º Ciclo da Mesa de Negociações de Paz entre o Governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN). As negociações entre o governo e os guerrilheiros foram interrompidas por quatro anos, mas foram retomadas em novembro de 2022 em Caracas, capital da Venezuela, e posteriormente no México. Os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs) que retornaram à luta armada denunciando que o acordo de paz de 2016, feito com o então presidente Juan Manuel Santos, não estava sendo cumprido, já manifestaram o desejo de iniciar novas negociações com o governo do atual presidente Gustavo Petro.

Por Wevergton Brito Lima

Encontre os números anteriores da Súmula Internacional na editoria Visão Global

 

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