Ali Khamenei: “Não temos pressa, voltaremos ao acordo quando todas as sanções forem canceladas”
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou, nesta quinta-feira (8), que seu país voltará a cumprir o Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês) após assegurar que as sanções foram canceladas não só “em palavras”, mas sim, de verdade.
Khamenei explicou que esta verificação incluiria a venda de uma remessa de petróleo, que seria concluída através de uma transferência sem impedimentos do pagamento pelo petróleo bruto vendido.
“A verificação [do cancelamento de sanções dos EUA] significa [que o Irã será capaz de] vender petróleo de maneira oficial, com facilidade e em condições normais, e que o dinheiro será recebido pelo Irã“, esclareceu o líder da nação persa, citado pelo Press TV.
Khamenei continuou reiterando que os Estados Unidos devem cancelar todas as sanções da República Islâmica se quiserem que o Irã volte ao cumprimento completo do acordo nuclear. Ele adicionou também que Teerã não tem pressa em termos do regresso de Washington ao JCPOA.
Ao mesmo tempo, o líder iraniano ressaltou que Teerã não cederá à demanda norte-americana para que o país dê o primeiro passo e volte a respeitar as disposições do acordo. Ele explicou que a decisão iraniana de aumentar o enriquecimento de urânio além do limite, em 3,66%, bem como exceder limitações de armazenamento de combustível nuclear foi uma resposta correta à violação de disposições do tratado por outros signatários do acordo.
O líder supremo também se referiu à condenação anterior feita pela República Islâmica sobre os países europeus serem incapazes de proteger o Irã das sanções norte-americanas, e assim assegurar a venda, sem obstáculos, de seu petróleo no exterior.
As declarações do líder iraniano chegaram na sequência dos diálogos em Viena, onde o Comitê Conjunto dos Signatários do JCPOA e os Estados Unidos tentam elaborar o caminho para garantir o regresso ao cumprimento do acordo nuclear por todas as partes, em especial, o retorno do Irã e dos EUA.
O último foi o responsável pela condição atual do acordo nuclear: os Estados Unidos saíram do JCPOA em 2018 e impuseram sanções econômicas contra a nação persa, incapacitando seu comércio de petróleo e cortando o país do sistema bancário global. A nova administração Biden expressou interesse em voltar a se juntar ao tratado, mas exige que Teerã faça os primeiros esforços, porém, o Irã veemente rejeitou estas propostas.
Fonte: Sputnik News