Congresso do Peru aprova impeachment do presidente Martín Vizcarra
O Congresso do Peru aprovou nesta segunda-feira (09) o impeachment do presidente Martín Vizcarra por “incapacidade moral”.
A moção para remover o chefe de Estado teve 105 votos favoráveis, superando os 87 votos necessários para destituir o mandatário no Parlamento.
O chefe do Congresso peruano, Manuel Merino, assume de forma interina a presidência nesta terça-feira (10/11) e exercerá o cargo até a data prevista para o final do mandato de Vizcarra, em 28 de julho de 2021.
Em setembro, Vizcarra conseguiu sobreviver a uma votação para tentar destituí-lo, pois somente 32 parlamentares votaram pelo impeachment. Em 2019, o político de 57 anos também se salvou de uma tentativa de suspensão.
Vizcarra é acusado de ter aceitado propinas de empresas quando ainda era governador da região de Moquegua, no sul do Peru. O político se defendeu dizendo que as alegações são “infundadas”.
“Hoje saio do Palácio do Governo, hoje volto para casa, apesar de haver inúmeras recomendações para que possamos opor ações judiciais para impedir essa decisão”, disse o agora ex-presidente, em pronunciamento feito na noite desta segunda cercado por ministros.
Em outra acusação, a oposição afirma que Vizcarra cometeu uma ilegalidade ao contratar um músico do país, Richard Cisneros, para ser uma espécie de consultor do Ministério da Cultura.
O caso ganhou força após áudios terem sido revelados pela mídia peruana. Neles, o presidente pedia para duas assessoras mentirem sobre a contratação e sobre a quantidade de vezes que o artista tinha se reunido com o presidente.
Vizcarra estava no poder desde 2018, quando entrou na função após a renúncia do conservador Pedro Pablo Kuczynski. O Peru terá eleições gerais em abril de 2021.
Protestos contra destituição
Ainda na noite desta segunda, marchas e panelaços foram presenciados nas ruas de Lima, capital peruana, a favor do presidente afastado e contra a decisão do Congresso.
Segundo a agência AFP, os manifestantes levavam cartazes e gritavam palavras de ordem como “Congresso golpista” e “Merino ladrão, não será presidente”, ataques dirigidos ao mandatário interino do país.
Episódios de violência física também foram registrados. Um manifestante chegou a agredir um parlamentar na saída do Congresso, diz a agência.
Fonte: Opera Mundi