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Coreia Popular acusa Japão de querer ressuscitar o “fantasma do militarismo”

A Agência Central de Notícias da Coreia Popular (ACNC) denunciou, nesta terça-feira (30), que se “observam seguidamente no Japão movimentos para ressuscitar o fantasma do militarismo”.

A agência de notícias cita a visita, pela terceira vez apenas neste ano, de 70 parlamentares ultranacionalistas ao polêmico Santuário Yasukuni, onde estão depositados os restos mortais de militares japoneses, incluindo de muitos reconhecidos criminosos da 2º Guerra Mundial.

Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês, também enviou por diversas vezes oferendas ao Santuário e muitos ministros do seu gabinete já participaram de visitas ao local, o que provoca repetidos protestos da China (incluindo Taiwan), República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e República da Coreia (Coreia do Sul), países que mais foram atingidos pelos crimes de guerra japoneses.

Para a agência da RPDC, “a visita coletiva ao local pelos ministros e parlamentares tem como objetivo transformar os maníacos da guerra em ‘patriotas’ e ‘heróis’. Desta forma, eles querem inculcar a ideia militarista na população japonesa, em particular, as novas gerações, para usá-los como uma brigada de choque que seria lançada sem qualquer hesitação para a guerra de agressão (…) Tais movimentos no arquipélago japonês causam preocupação na sociedade internacional porque buscam abrir caminho para a suja ambição expansionista, ressuscitando o espectro do militarismo arruinado no século passado”.

Shinzo Abe, que pertence ao direitista Partido Liberal Democrata, quer modificar a Constituição japonesa para permitir que as atuais Forças de Auto Defesa tenham um caráter de Força Armada Militar, o que é expressamente proibido pelo artigo 9º da Constituição.

Para a ACNC, “O comportamento imprudente dos reacionários japoneses põe em perigo a paz e a segurança do nordeste da Ásia e do resto do mundo (…) A sociedade internacional não estará de braços cruzados diante da ambição expansionista do país criminoso de guerra”.

Texto atual do artigo 9º da Constituição do Japão:

  1. Aspirando com toda a sinceridade a uma paz internacional baseada na justiça e na ordem, o povo japonês renuncia para sempre à guerra enquanto direito soberano da nação, à ameaça ou ao uso da força como meio de resolução dos conflitos internacionais.
  2. Para alcançar o objetivo estabelecido no parágrafo anterior, jamais serão criadas forças terrestres, navais e aéreas, bem como quaisquer forças que possam ser utilizadas para fazer a guerra. O direito de beligerância do Estado não será reconhecido.

i21 com informações da ACNC

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