EUA: Policiais abandonam delegacia, manifestantes proclamam zona livre
Após várias noites de repressão contra manifestantes que participavam dos protestos antirracistas nos EUA, policiais de uma delegacia de Seattle abandonaram o prédio e moradores proclamaram as imediações como uma Zona Autônoma.
A região havia sido palco de diversos episódios de repressão aos protestos contra a morte de George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis no dia 25 de maio.
Comandada pelos manifestantes, a área que abrange vários quarteirões foi bloqueada com barricadas e nomeada de “Zona Autônoma de Capitol Hill”. A ideia é que o local seja usado para promover debates sobre racismo e desigualdade.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a chamar os manifestantes de “terroristas domésticos” e cobrou que a prefeita e o governador retomem “sua cidade agora”.
“Se vocês não fizerem isso, eu vou fazer. Isso não é um jogo. Esses anarquistas devem ser parados imediatamente“, disse o mandatário.
Por sua vez, a prefeita Jenny Durkan respondeu o presidente: “Volte para o seu bunker“, disse Durkan.
O espaço já recebeu apresentações artísticas, exibições de filmes, recitais de poesia e conta com distribuição de alimentos e bebidas gratuitas.
Os integrantes da Zona Autônoma têm variados espectros políticos, desde ativistas do movimento Black Lives Matter, até anarquistas e políticos eleitos, como a vereadora Kshama Sawant, filiada ao Partido Socialista Alternativo.
Harold Scoggins, chefe do corpo de bombeiros de Seattle, disse ao jornal The New York Times que visitou o local na quarta-feira (10/06), conversou com manifestantes e buscou garantir que a área tivesse sanitários portáteis e serviços de saneamento.
“Não tenho ideia de onde estamos indo. Estamos trabalhando passo a passo para descobrir como construir um relacionamento, para construir confiança em coisas pequenas, para que juntos possamos descobrir a resposta“, disse Scoggins.
Fonte: OperaMundi