Fracassa tentativa de destituir o presidente do Peru
A moção de direita que buscava destituir o presidente peruano, Pedro Castillo, fracassou nesta terça-feira (7) quando sua admissão ao debate foi rejeitada por não ter alcançado os votos legalmente exigidos.
O desfecho veio depois de um debate, por vezes contundente, em que prevaleceu o bloco formado ontem por partidos de esquerda e centro, somando 76 votos, ante 46 votos a favor do debate e quatro abstenções.
A passagem da moção para o debate em plenário precisava de 40% dos 130 votos, ou seja, 52 e o apoio obtido mal ultrapassa o número de membros das três bancadas de extrema-direita que propuseram a destituição: Renovação Popular, Força Popular e Avanza País, que ficaram isoladas.
O retumbante resultado foi saudado com aplausos e vivas, enquanto os legisladores triunfantes repetidamente gritavam: “O povo, unido, jamais será vencido.”
Durante o debate, os promotores da moção alegaram invocar suspeitas de corrupção em Castillo, acusaram-no de sua incapacidade de governar e, acima de tudo, usaram argumentos explicitamente anticomunistas.
Legisladores de esquerda e centro apontaram a inconsistência jurídica da moção e acusaram seus promotores de vingança pela derrota nas eleições deste ano, e apontaram a necessidade de estabilidade e governabilidade para enfrentar os grandes problemas da população.
A legisladora que apresentou a moção e posteriormente insultou publicamente o presidente Castillo, Patricia Chirinos, recebeu duras críticas com referências a sua origem como prefeita de um bairro de Lima e membro de um grupo político cujos líderes estão quase todos presos por corrupção.
A decisão dos partidos de centro de se unirem à esquerda para rejeitar a moção levou em consideração, segundo seus porta-vozes, a experiência da demissão parlamentar do ex-presidente Martín Vizcarra, em novembro de 2020, que deu lugar a uma grave crise política.
Muitas das intervenções exortaram Castillo a corrigir os erros que lhe são atribuídos, apelaram a mudanças ministeriais e apontaram a necessidade de investigar as acusações contra o presidente.
Fonte: Prensa Latina