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Lula testou positivo para covid-19 e fez quarentena em Cuba

Informação foi divulgada em nota oficial no site do ex-presidente; “senti na pele a importância de um sistema público de saúde”, disse Lula.

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com o novo coronavírus e ficou 14 dias em quarentena durante sua viagem a Cuba no final de dezembro de 2020.

A informação foi confirmada em nota oficial divulgada pelo site do ex-mandatário nesta quinta-feira (21). O petista voltou ao Brasil na quarta-feira (20).

Segundo o documento, outros membros da equipe que acompanhavam Lula durante a viagem, além do escritor Fernando Morais e a noiva do petista, Rosangela da Silva, a Janja, também testaram positivo.

“Todos os nove membros da comitiva, exceto a jornalista Nicole Briones, tiveram diagnóstico positivo ao longo do monitoramento com RT-PCR. Todos permaneceram em isolamento sob vigilância sanitária, de acordo com diagnóstico, respeitando os protocolos do sistema de saúde cubano”, informa a nota.

Em nota, Lula agradeceu o sistema de saúde cubano e afirmou que sentiu “na pele a importância de um sistema público de saúde que adota um protocolo unificado, inspirado na ciência e nas diretrizes da OMS”.

O ex-presidente ainda parabenizou os cientistas brasileiros que desenvolvem vacinas contra a covid-19 e disse que está preparado para receber o imunizante.

Parabéns a todos que trabalham no sistema de saúde brasileiro, que estão cuidando com muito sacrifício do nosso povo. E a todos os pesquisadores dos institutos Butantan e Fiocruz, que trabalharam no desenvolvimento destas vacinas. Elas representam nossa única saída nessa pandemia que vitimou milhares de brasileiros“, disse.

De acordo com o texto divulgado pela equipe do ex-presidente, Lula “não necessitou de internação hospitalar, assim como os demais membros da equipe, exceto o escritor Fernando Morais, que permaneceu sob cuidados hospitalares pelo período de 14 dias, por complicações pulmonares”.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, Lula fez uso do Jusvinza, um imunomodulador desenvolvido em Cuba que age contra inflamações causada pela covid-19. Os outros membros da equipe que tiveram covid-19, continua Bergamo, receberam o Interferon, que também é desenvolvido por institutos cubanos.

O petista estava em Cuba para participar de um documentário realizado pelo diretor norte-americano Oliver Stone.

A equipe do ex-presidente informou que “diante das circunstâncias, as filmagens do documentário foram suspensas em consenso com o cineasta, e as gravações adiadas para uma data futura, quando as condições sanitárias permitirem”.

Leia nota na íntegra:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou nesta quarta-feira (20) ao Brasil após 30 dias de viagem a Cuba. Lula estava na ilha desde 21 de dezembro, para participar do início das gravações de um documentário sobre a América Latina, produzido e dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone.

Seguindo as recomendações da OMS para viagens internacionais, o ex-presidente, sua mulher Janja, e os sete integrantes de sua comitiva foram submetidos a exames de diagnóstico da Covid19 no Brasil, antes de viajar, e na data da chegada a Cuba, em 21 de dezembro.

O teste de RT-PCR, obedecendo os protocolos cubanos para detectar infecções trazidas de outros países, foi repetido dia 26 de dezembro. Estes exames apontaram positivo para a Covid19 do ex-presidente e de outros membros da equipe, confirmando serem casos importados através da investigação epidemiológica.

Todos os nove membros da comitiva, exceto a jornalista Nicole Briones, tiveram diagnóstico positivo ao longo do monitoramento com RT-PCR. Todos permaneceram em isolamento sob vigilância sanitária, de acordo com diagnóstico, respeitando os protocolos do sistema de saúde cubano.

Por estar fora do Brasil, o ex-presidente Lula decidiu comunicar a doença apenas na chegada ao país, para preservar sua família e dos demais infectados.

O médico infectologista, ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha foi comunicado desde o início e acompanhou toda a evolução da doença, em contato direto e diário com os médicos cubanos, que prestaram assistência diuturnamente à toda delegação.

O ex-presidente não necessitou de internação hospitalar, assim como os demais membros da equipe, exceto o escritor Fernando Morais, que permaneceu sob cuidados hospitalares pelo período de 14 dias, por complicações pulmonares.

Ao longo do acompanhamento, o ex-presidente foi diagnosticado em tomografia computadorizada com lesões pulmonares compatíveis com broncopneumonia associada à Covid19, apresentando excelente recuperação.

“Eu e toda minha equipe somos agradecidos à dedicação dos profissionais de saúde e do sistema de saúde pública cubano que estiveram conosco no cuidado diário. Agradeço ao governo de Cuba e a todos que estiveram conosco, de coração. Jamais esqueceremos a solidariedade cubana e o compromisso com a ciência de seus profissionais. Sentimos na pele a importância de um sistema público de saúde que adota um protocolo unificado, inspirado na ciência e nas diretrizes da OMS. E quero estender as minhas saudações a todos os profissionais de saúde que se esforçam para fazer o mesmo aqui no Brasil, apesar da irresponsabilidade do presidente da República e do ministro da Saúde”.

O ex-presidente Lula volta de Cuba com uma única certeza: somente a vacinação da humanidade pode livrá-la do coronavírus. Basta a ignorância contra a vacina.

“Estou preparado pra tomar a vacina, assim que tivermos vacina para todos. Sigo esperando minha vez na fila, com o braço à disposição para tomar assim que puder. E enquanto todos não se vacinam, vou continuar com máscara, evitando aglomerações e passando muito álcool gel”, disse Lula.

“Parabéns a todos que trabalham no sistema de saúde brasileiro, que estão cuidando com muito sacrifício do nosso povo. E a todos os pesquisadores dos institutos Butantan e Fiocruz, que trabalharam no desenvolvimento destas vacinas. Elas representam nossa única saída nessa pandemia que vitimou milhares de brasileiros”.

Documentário

Diante das circunstâncias, as filmagens do documentário foram suspensas em consenso com o cineasta Oliver Stone e as gravações adiadas para uma data futura, quando as condições sanitárias permitam.

Na ilha, Lula decidiu cancelar suas atividades e, após a alta epidemiológica, ao fim da viagem, se reuniu apenas com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, o 1º secretário do Partido Comunista de Cuba, Raul Castro, o primeiro ministro de Cuba, Manuel Marrero, e com o chanceler Bruno Rodriguez.

Fonte: Opera Mundi

 

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