Partido Comunista da Argentina: Basta de colonialismo
O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, declarou, no dia 15 de março, que iria reforçar a presença militar britânica nas ilhas Malvinas e “manter uma presença permanente nas Ilhas Malvinas, na Ilha de Ascensão e no Território Britânico do Oceano Índico“.
Em relação a esta declaração, o Partido Comunista da Argentina emitiu um comunicado onde denuncia que “o velho e degradado império, com sua vetusta e ridícula monarquia, respaldado apenas pelo poder letal de suas armas e por ser integrante da OTAN, busca usar a poderosa base de agressão instalada em nossos arquipélagos não resgatados para impor suas condições ao Atlântico Sul”. Para os comunistas argentinos, “já não é tempo de impérios coloniais, nem de frotas piratas aterrorizando os mares, mas os perigos que tais planos acarretam não podem de forma alguma ser subestimados”. Leia, abaixo, a íntegra do texto.
Basta de colonialismo
Por uma pátria e um mundo de paz e cooperação
Em um momento internacional em que se intensifica a agressividade dos Estados Unidos e dos seus aliados em particular contra a China, colocando em risco a paz mundial, o Reino Unido, ao ritmo de Washington, anuncia novas medidas militares para reforçar a sua presença colonial nas Ilhas Malvinas argentinas.
O velho e degradado império, com sua vetusta e ridícula monarquia, respaldado apenas pelo poder letal de suas armas e por ser integrante da OTAN, busca usar a poderosa base de agressão instalada em nossos arquipélagos não resgatados para impor suas condições ao Atlântico Sul, na passagem interoceânica ao sul do Cabo Horn e no acesso à Antártica, enquanto saqueia ilegalmente os recursos naturais da plataforma continental argentina.
A recente declaração do primeiro-ministro Boris Johnson é um ato inaceitável de provocação à nossa pátria, à paz e à vigência do direito internacional.
O expresso pelo inquilino do número 10 da rua Downing, em Londres, também envolve Gibraltar, a Ilha Ascensión e o “Território Britânico do Oceano Índico”.
Já não é tempo de impérios coloniais, nem de frotas piratas aterrorizando os mares, mas os perigos que tais planos acarretam não podem de forma alguma ser subestimados.
A chancelaria argentina respondeu rapidamente à notícia decorrente de um relatório que Johnson apresentará ao parlamento, reiterando os argumentos em defesa da soberania nacional sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e espaços marítimos circundantes e destacando em particular o valor do acordo dos Estados Costeiros da África e da América do Sul, declarando a Zona de Paz do Atlântico Sul.
O Partido Comunista considera que deve ser feito um levantamento pormenorizado dos bens e interesses do Reino Unido na República Argentina, desde que persista a obstinação colonialista e militarista em violar as resoluções da ONU que apelam ao diálogo entre as partes e que proíbem qualquer medida militar unilateral.
E propõe uma convocação nacional para debater políticas de Estado para um projeto integral de desenvolvimento marítimo em nossas águas territoriais, o que já de alguma forma começa a se realizar parcialmente em torno da soberania sobre as rotas navegáveis fluviais, marítimas e lacustres e seus portos e a habilitação do Canal Magdalena, que abre as portas do Atlântico para boa parte do país.
Ao considerar esta questão, não podemos omitir a crise interna que o capitalismo do Reino Unido está passando, o fraco desempenho diante da pandemia e as repercussões políticas de sua saída da União Europeia (Brexit) em geral, com a exclusão desses acordos das Ilhas Malvinas, arquipélagos e águas circundantes, o que de fato e de direito debilita as posições de Londres.
Por sua vez, o Partido Comunista iniciará ações destinadas a esclarecer esta situação a nível local e global e a organizar ações e alianças de política nacional e internacional com o objetivo de acumular forças na busca do pleno exercício da soberania nacional em toda extensão de nosso território, garantindo para nós e para nossos povos irmãos uma região e um mundo de paz e cooperação, que se torna mais necessário do que nunca em meio à pandemia de Covid 19.
Secretariado Nacional do Partido Comunista da Argentina
Buenos Aires, 17 de março de 2021