Visão Global

ONU: Covid-19 expõe desigualdades flagrantes na sociedade americana

Os protestos nos Estados Unidos contra o abuso policial devem ser ouvidos e atendidos, se o país quiser emergir de sua trágica história de racismo, violência e desigualdade, alertou a ONU nesta quarta-feira (3).

Através de uma declaração divulgada na sede das Nações Unidas, a Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também enfatizou que os líderes dos EUA devem condenar inequivocamente o racismo e refletir sobre o que levou as pessoas ao ponto de ebulição.

“É necessário ouvir as vozes que pedem o fim dos assassinatos de afro-americanos desarmados. É necessário ouvir as vozes que pedem o fim da violência policial. É necessário ouvir as vozes que pedem o fim do racismo endêmico e estrutural que afeta a sociedade americana”, afirmou a diplomata chilena.

Nesse sentido, ela pediu para ouvir e aprender, para tomar medidas que realmente abordem as grandes desigualdades existentes nos Estados Unidos.

A raiva agora vista irrompe quando a pandemia do Covid-19 expõe desigualdades flagrantes na sociedade americana, disse ela.

Além disso, acrescentou, mostra por que são necessárias reformas de longo alcance e diálogo inclusivo para romper o ciclo de impunidade por assassinatos e preconceitos raciais por parte das forças policiais.

Deve haver um exame aprofundado de uma ampla gama de questões, incluindo fatores socioeconômicos e a discriminação profundamente arraigada, considerou Bachelet.

O assassinato do afro-americano George Floyd pela polícia provocou uma onda de protestos em mais de 300 cidades dos EUA, muitas das quais viram mais abuso policial e uso desproporcional da força, prosseguiu a alta comissária.

“O gás lacrimogêneo foi usado para dispersar manifestantes pacíficos e balas de borracha e bolas de pimenta foram disparadas contra manifestantes e jornalistas que não representavam uma ameaça iminente”.

A isto se somam pelo menos 200 incidentes de jornalistas que cobriram os protestos e foram fisicamente atacados, intimidados ou presos arbitrariamente, apesar de suas credenciais de imprensa serem claramente visíveis, detalhou.

Bachelet exortou as autoridades americanas a garantir a proteção de manifestantes e jornalistas e pediu aos manifestantes que mantenham suas reivindicações de forma pacífica.

Ela também expressou profunda preocupação com as declarações que tentaram rotular os manifestantes como terroristas, ou visaram deslegitimar a grande manifestação de dor e os protestos pacíficos, apontando a violência ou destruição de propriedades que ocorreram em vários locais.

Fonte: Prensa Latina, tradução: Redação do i21.

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